Um trator pertencente à Secretaria de Estado de Extensão Agroflorestal e Produção Familia (Seaprof), que foi deslocado para o projeto de assentamento Valter Arce, no nunicípio de Bujari, está abandonado no local e deixou os moradores revoltados. Os agricultores compraram dois tambores de óleo hidráulico para fazerem a destoca nas propriedades. “O trator ‘esculhambou’ e ninguém toma providências”, declarou uma das líderes do assentamento, Paula Moraes Lima.
Assentados em lotes de cinco a oito hectares, os agricultores tiveram promessas de escola, posto de saúde, abertura e recuperação de ramais, assistência técnica, financiamento, fomentos e garantia da produção. “Se não fosse alguns sacolões e o Bolsa Família, eles estariam passando fome”, disse Paula, para quem a prefeitura do Bujari e os governos estadual e federal são “negligentes e irresponsáveis”.
O local pertencia à antiga Fazenda Brahma, uma área desapropriada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que só tem acesso pela Rodovia AC-10, entrando pelo Ramal do Mutum ou pelo município do Bujarí, acessando o Ramal da Piçarreira.
Os agricultores reivindicam ainda assistência à saúde (existe um susto de leishmaniose), a ausência de escolas (dois anos sem aulas), a falta de energia elétrica e abertura dos ramais. “Estamos vivendo como animais. Na Bolívia a gente tinha a borracha, a castanha e o açaí. Aqui são os lotes e os varadouros fechados pelas tabocas e carrapichos”, relatou a agricultora Milca Miranda da Silva.
A reportagem ligou para o coordenador do município, Jairo Pinheiro, mas o seu telefone 999xx-19xx estava na caixa de mensagem.