Amor pela arte do teatro une gerações de artistas acreanos

O Dia Nacional do Teatro, celebrado nesta terça-feira (19), destaca uma das vertentes artísticas que mais se renovam no país, onde a inventividade e a criatividade trazem para os palcos o poder desta arte.

Mas além dos diálogos, do figurino e dos cenários, o alicerce principal desse tipo de produção é a força de interpretação dos atores. Quando existe a entrega ao personagem, quando se abandona o “eu” e torna-se o “outro”, surge a perfeição do ofício de se transformar em vários personagens.

Desde os 11 anos de idade, Ivan de Castela (46) foi introduzido à arte teatral e desde então apenas se aperfeiçoou. Foto: Arquivo pessoal

De ator a diretor
No Acre, o amor pelos palcos e pelas histórias que entretêm pessoas de todas as idades une gerações de artistas. Entre eles, está Ivan de Castela (46). Natural de Rio Branco, Ivan conta que atua desde os 11 anos de idade.

“Pra mim, sempre foi um elemento essencial de posicionamento político, pois quando comecei, nos anos 80 (período pós-Ditadura), a lembrança da censura ainda estava muito forte”, disse Ivan.

O ator diz ainda que a arte deve ser utilIzada para projetar uma visão melhor do futuro: “Faço um ‘teatro do povo para o povo’, para que as prisões sociais possam ser aos poucos extintas. Uma das minhas lembranças mais fortes nesse sentido é da minha participação no Festival Brasileiro de Teatro Amador, com a peça ‘A história é uma história e o homem o único animal que ri’, de Millôr Fernandes”.

Além de ator, Ivan também realiza trabalhos nas áreas técnicas (como iluminador e contrarregra, por exemplo). O mais importante para de Castela, no entanto, é a variedade e a pluralidade.

“Além dos trabalhos como palhaço e mímico, também já participei de um recital poético apenas com poesias acreanas. Este ano, realizei mais um sonho ao assumir a posição de diretor com a peça ‘Proteu’, que entrou em cartaz desde o último dia 9 deste mês no Teatro de Arena do Sesc, no Centro de Rio Branco”, explicou Ivan. Neste sábado (23), a entrada para o espetáculo será franca por integrar o VII Aldeia Caiçuma das Artes do Sesc.

Peça é o primeiro trabalho na direção de Ivan de Castela. Imagem: Reprodução

Nova geração
Entre os atores e atrizes da nova geração acreana, está Daniel Scarcello (22). Integrante da Cia. Expressão, Daniel relatou à equipe da ContilNet que sempre gostou de inventar personagens e histórias quando era criança, e que muito da sua vontade de atuar vem dessas brincadeiras.

Daniel Scarcello (22) sempre gostou de criar histórias e viver personagens, e aplicou isso para a arte do teatro. Foto: Rodrigo Oliveira

“Criava histórias, ia montando personagens com meus amigos… Era muito divertido. Meus pais também me levavam ao teatro, e aos 12 anos eu falei para eles que me interessava por isso. Então meu pai me levou a uma oficina da Cia. Garatuja (RJ). Minha primeira experiência profissional, que foi em um grupo, foi de 2011 para 2012 na Trupe do Banzeiro com a peça “Memórias de Emília”, onde eu interpretei o Pedrinho”, disse Daniel.

Entre as inspirações do jovem, estão atores e atrizes como Wagner Moura, Leandra Leal, e Meryl Streep, que, segundo o ator, possui uma qualidade camaleônica impressionante. “Não me vejo sem fazer algo que envolva teatro. Faz um bom tempo que eu disse para mim mesmo. Caso não tenha o teatro como profissão, eu quero estar sempre fazendo algo, seja participando de aulas ou oficinas”, enfatizou Scarcello.

A primeira incursão profissional de Daniel foi na peça “Memórias de Emília”. Foto: Arquivo pessoal

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