Nos próximos dias, Os Correios devem lançar o terceiro plano de demissão incentivada deste ano. Este deve ser o mais flexível e ocorre enquanto a estatal tenta reduzir custos com benefícios a empregados e adotar uma série de medidas administrativas a fim de evitar o terceiro ano consecutivo de prejuízos. Após ter tido prejuízo anual da ordem de R$ 2 bilhões em 2015 e 2016, a estatal tenta reduzir suas despesas e assim evitar a terceirização.
Nas primeiras duas edições do programa, 6.200 empregados realizaram o desligamento, nesta edição, a empresa vai eliminar a exigência de idade mínima de 55 anos, abrindo a adesão a todos os empregados com ao menos 15 anos de casa o que compreende cerca de 5 mil pessoas. Atualmente, os Correios têm aproximadamente 108 mil empregados.
A assessoria de imprensa dos Correios no Acre explicou que a proposta ainda aguarda as autorizações do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão e do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
“Somente após a autorização dos ministérios serão divulgados os critérios para adesão, bem como os incentivos que serão oferecidos aos empregados. Correios e Federações Sindicais ainda estão em fase de negociação quanto ao Acordo Coletivo de trabalho – ACT 2017/2018, portanto não há posicionamento oficial quanto à redução de qualquer benefício concedido aos empregados”, explicou a assessoria por meio de nota.
A queda nos rendimentos da empresa se deve, em parte, a rápida decadência do sistema postal. Em 2012 o volume de objetos postais enviados pelos correios foi de 9 bilhões, já para 2017 esperam-se no máximo 6,7 bilhões.
Enquanto isso, até mesmo no lucrativo serviço de entregas de encomendas Via Sedex, a empresa enfrenta crescente concorrência. Das cerca de 6.500 agências dos Correios espalhadas pelo país, apenas 800 são lucrativas atualmente.
Corte de benefícios
Além da redução do quadro de funcionários, a empresa também busca mediação com sindicatos no Tribunal Superior do Trabalho (TST) para reduzir os gastos com plano de saúde.
Em 2015, este gasto foi de R$ 1,6 bilhão, ano em que os Correios tiveram prejuízo de R$ 2,1 bilhões. No ano passado, plano de assistência médica custou R$ 1,8 bilhão à empresa, que teve um prejuízo de R$ 2 bilhões. Para este ano, a expectativa da empresa é de que essa linha consuma outros R$ 1,9 bilhão. O pacote de medidas que a empresa tentar implementar inclui transferir para os empregados os custos de assistência médica a dependentes.
Além disso, a estatal objetiva cortar os benefícios reduzindo concessões que não estão previstas na CLT, como adicional de 70% de férias e auxílio-refeição para 30 dias. Com isso, a empresa calcula uma economia anual em torno de R$ 1,4 bilhão.
Todas as férias previstas para este ano foram adiadas. Cerca de 400 cargos de diretoria foram extintos. A empresa também cortou 80% dos valores destinados a patrocínios esportivos e zerou os voltados para cultura.