O deputado Lourival Marques (PT) pediu na manhã desta quarta-feira (6) a prorrogação de 90 dias para prosseguir com a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga a participação dos servidores públicos no esquema de venda ilegal de casas populares. Com mais de 7000 páginas, o inquérito é investigado pela Polícia Civil e o Ministério Público Federal (MPF). O pedido foi apresentado no dia 29 do mês passado.
O deputado Gehlen Diniz (PP), autor do requerimento, reclamou que o prazo inicial de 90 dias chegou ao fim sem que nenhum dos acusados tenha sido ouvido. Diniz atribui a lentidão ao fato de os principais cargos da CPI estarem nas mãos de deputados da base de governo. Além do presidente, o vice é o deputado Jenilson Leite (PCdoB) e o relator é Raimundinho da Saúde (Podemos). “Coisas da proporcionalidade e do Regimento Interno”, disse o deputado.
Entenda o caso
De acordo com a denúncia do Ministério Público, a organização possuía duas vertentes: as pessoas captadas por Rossandra Lima, Maria Auxiliadora, Wegliton Melo, Wesley Lima e Gledson de Lima, que eram repassadas, posteriormente, a Clelda Maia e Cícera Dantas para formalização junto à Sehab com assinatura de contratos que proporcionavam aos ‘candidatos’ o sentimento de que a fraude se consumaria e afastava a possibilidade de desconhecimento da ilegitimidade da transação.
Segundo as investigações, os indiciados integravam a organização na condição de ‘vendedores’, uma vez que procediam à captação de pessoas e lhes apresentavam a possibilidade de adquirir os imóveis mediante o pagamento de valores que iam de R$ 5 mil a R$ 30 mil.
A segunda vertente partia diretamente de Cícera Dantas, Marcos Huck e de Daniel Gomes, estes dois últimos, chefe do Departamento Técnico-Social e Diretor Executivo da Sehab. Eles direcionavam e indicavam pessoas geralmente próximas, como amigos, parentes ou conhecidos para a contemplação das casas.