Setembro Verde promove a conscientização e a importância da doação de órgãos

Novas chances são muito raras. E quando elas envolvem problemas de saúde, as chances tornam-se ainda menores – às vezes, por falta de conscientização e de sensibilização. É o caso da doação de órgãos, principal assunto das ações do Setembro Verde, instituído para ser um mês onde os profissionais da saúde investem em ações que promovem o assunto.

De acordo com a Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos (Adote), o transplante se caracteriza como um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão (coração, pulmão, rim, pâncreas, fígado) ou tecido (medula óssea, ossos, córneas, etc.) de uma pessoa doente (receptor) por outro órgão ou tecido normal de um doador, vivo ou morto.

No Acre, de acordo com informações do governo do Estado, 305 transplantes já foram realizados no Estado, sendo 191 de córnea, 88 transplantes de rim e 26 de fígado. Regiane Ferrari, coordenadora estadual de transplantes do Acre, explicou que, desde o início deste mês, os profissionais da área da saúde estão realizando diversas atividades que destacam as dúvidas mais frequentes sobre a doação.

305 transplantes já foram realizados no Estado, sendo 191 de córnea, 88 transplantes de rim e 26 de fígado/Foto: Secom

“Os principais receptores geralmente são pacientes da UTI. Existe a identificação desse paciente, e a Central de Transplante é notificada para realização dos exames necessários. Quando o protocolo é fechado, ou seja, quando o possível doador realmente concorda com o procedimento (no caso de um doador vivo) ou vem a óbito, entramos em contato com a família”, disse Regiane.

Infelizmente, segundo Ferrari, existe uma média de 70% de rejeição nos casos onde a doação é necessária: “Ainda existem uma média de 50 pessoas que precisam de um órgão, entre necessitados de rim, córneas e fígado. O maior problema é você não dizer nada. Se você quer ser um doador, avise familiares ou amigos. Faça valer a sua vontade de ajudar pessoas e garantir uma segunda chance para alguém”.

E uma destas novas chances chegou no dia 24 de setembro de 2011 para Silvania Rossetto (43). Aos 18 anos, descobriu que sofria de pressão alta, e isso gerou uma série de complicações na vida de Silvania: por conta do problema de saúde, perdeu dois bebês, e a única filha nasceu prematura, de seis meses, em 1995.

Cinco anos depois, em 2000, um dos seus rins parou de funcionar totalmente. A insuficiência renal, infelizmente, não foi detectada há tempo, e ela precisou passar por procedimentos de hemodiálise.

“Não tem outro termo: é mesmo uma ‘nova vida’”, disse Silvania sobre a mudança pós-doação. Foto: Arquivo pessoal

Em 2011, veio o transplante e uma mudança significativa na qualidade de vida. O tratamento, entretanto, segue ao longo da vida com a medicação de imunossupressores, para que não haja rejeição do órgão transplantado pelo organismo receptor.

Com quase seis anos convivendo com um órgão doado (um rim), a acreana, que trabalha como vendedora, relatou que novas possibilidades se abriram para ela após o sucesso do transplante: “Agora, posso planejar uma viagem, posso tomar líquidos sem me preocupar com meus pulmões enchendo de líquido… Não tem outro termo: é mesmo uma ‘nova vida’”.

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