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Especialista explica os traumas do divórcio na vida das crianças

Por THALIS GUTTIERRES, DA CONTILNET

A separação de um casal é sempre um fato muito duro e difícil de ser emocionalmente digerido, tanto pelo casal, como pelos amigos ou até mesmo pela família de ambos os lados. Mas existe ainda uma figura que pode ser a mais atingida com o afastamento dos pais: os filhos.

Cada criança reage de maneira única à separação entre seus responsáveis, no entanto, é possível perceber um comportamento padrão dependendo da faixa-etária em que a criança se encontra. Timidez, rejeição, sentimento de culpa e tristeza são alguns dos sentimento que podem acabar aflorando nos pequenos durante todo processo de divórcio.

Cada criança reage de maneira única ao divórcio. Imagem: Reprodução

A psicóloga paraense Marta Freire afirmou à reportagem da ContilNet que é de extrema importância e responsabilidade dos pais saber conduzir todo o estresse que o processo pode causar, sendo necessária uma condução sutil para que a nova realidade da família possa ser definida.

“O divórcio na maioria das vezes é um processo doloroso e turbulento. É extremamente importante que os pais encontrem maneiras de não repassar toda essa carga aos filhos. Relacionamentos chegam ao fim, nossos filhos são para sempre”, afirmou.

Uma equipe de pediatras e psicólogos infantis debateu e preparou um esquema disponibilizado no Guia Infantil com os possíveis sintomas sentimentais de cada criança, as separando por faixa-etária. Veja mais detalhes abaixo:

DIVÓRCIO NA GRAVIDEZ

Se a separação ocorre durante a gravidez ou durante os primeiros meses de vida, é provável que a criança se veja afetada pelo estado de ânimo da mãe, e portanto possa nascer com pouco peso ou com atraso no desenvolvimento cognitivo e emotivo.

DIVÓRCIO COM FILHOS ENTRE 1 E 3 ANOS 

Na época da separação, é provável, que a criança torne-se muito tímida, comporte-se como uma criança menor que sua idade afetiva, requeira muito mais atenção e tenha pesadelos noturnos.

DIVÓRCIO COM FILHOS ENTRE 2 E 6 ANOS 

A criança não entende ainda o que é um divórcio, mas ao notar que um dos membros do casal não dorme em casa, é provável que pense que é por sua culpa, e reaja de formas opostas: ou fique muito obediente (pensando se for bom, o papai voltará), ou também muito mais agressivo ou rebelde, como era de se esperar quanto ao seu caráter. Nesta idade, alguns dos pequenos negam a separação tanto a si mesmos quanto aos demais (mentem aos parentes ou amigos, dizendo que seus pais ainda dormem juntos à noite, e continuam brincando de bonecas durante meses, simulando sua própria família e fazendo que seus pais durmam um ao lado do outro).

DIVÓRCIO COM FILHOS ATÉ OS 6 ANOS

As crianças sofrem um grande temor de serem abandonadas, junto com uma profunda sensação de perda e de tristeza. Podem sofrer transtornos do sono, de alimentação, e adotar condutas regressivas.

DIVÓRCIO COM FILHOS ENTRE 6 E 9 ANOS

Aparecem sentimentos de rejeição, fantasias de reconciliação e os problemas de atitude. É possível que as crianças experimentem raiva, tristeza e nostalgia pelo pai que se foi. Nos casos em que os cônjuges tenham tido conflitos graves, alguns filhos podem viver uma luta entre seus afetos pelos pais e pela mãe. Outras vezes, se descuidam no aspecto material, obrigando-os a prepararem a comida, a vigiar os irmãos menores e assumam responsabilidades muito pesadas para sua idade.

DIVÓRCIO COM FILHOS ENTRE 9 E 12 ANOS

Os filhos podem manifestar sentimentos de vergonha pelo comportamento dos seus pais, e cólera ou raiva pelo que tomou a decisão de se separar. Além disso, aparecem as tentativas de reconciliar os pais, o descontrole dos hábitos adquiridos e problemas somáticos (dores de cabeça, estômago, etc.).

DIVÓRCIO COM FILHOS ADOLESCENTES

Dos 13 aos 18 anos, a separação dos pais causará problemas éticos, e provocará, portanto, fortes conflitos entre a necessidade de amar o pai e a mãe e a desaprovação de sua conduta. Geralmente as reações mais comuns nesta etapa são:

• Amadurecimento acelerado, ou seja, o adolescente adota o pai progenitor ausente, aceitando suas responsabilidades;

• Por outro lado poderá adotar uma conduta antisocial: não acata nem aceita normas, desobediência, condutas de roubo, consumo de álcool, drogas, etc;

Vale destacar que a separação não deve causar todas essas reações, mas sim algumas delas.

É importante destacar que a diversidade de experiências que vivem as crianças depois da separação dos pais, é, de qualquer modo, um sinal positivo, porque prova que o divórcio não é a única coisa que as prejudica, e que, muitas delas, superam a crise familiar, saindo delas mais fortes e mais maduros que seus conterrâneos que pertencem a famílias unidas.

Com informações do GuiaInfantil.com

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