“Com que tipo de ‘régua moral’ Rocha mede a ética alheia e a própria?”, questiona colunista

Cortesia

O deputado estadual Jesus Sérgio (PDT) juntou sua família e fez uma visita de cortesia ao governador Tião Viana, na quinta-feira (19). O encontro ocorreu no gabinete do governador, na Casa Rosada. Dois dos familiares do parlamentar pedetista são vereadores na cidade do Jordão: a Meire e o Tom.

Retrospectiva

Juntos, Meire e Tom fizeram um importante diálogo sobre os investimentos que o governo do Estado tem feito na cidade de Jordão, e também na região de Tarauacá-Envira. Mencionaram o programa de Saneamento Ambiental Integrado, que está revolucionando o local com ruas pavimentadas e esgotamento sanitário.

Deputado Jesus Sérgio/Foto: Assessoria

Avanços e apoio

Falaram ainda sobre os investimentos em agricultura familiar, na educação com o ‘Quero Ler’, e na saúde. Jordão, recentemente recebeu também uma ambulância do Samu, antigo pedido da comunidade. Com isso, o grupo ressaltou o total apoio ao projeto de governo de Tião Viana.

Encontro de opositores 

O deputado federal e presidente da executiva estadual do PSDB, Major Rocha, recebeu na manhã de sexta-feira, 20, o ex-prefeito de Cruzeiro do Sul Vagner Sales (PMDB) para uma conversa sobre os rumos da oposição nas eleições de 2018.

Eles não se bicam

Pra quem já esqueceu, a coluna lembra: Rocha e Sales não se bicam desde que o PSDB cruzeirense ingressou com uma ação na Justiça Eleitoral que pretendia cassar a candidatura de Ilderlei Cordeiro, correligionário e sucessor do segundo.

Remember

Na peça de acusação constava uma gravação em que o ex-alcaide oferecia dinheiro e cargos no futuro governo a um tucano, então candidato a vereador da cidade de Cruzeiro do Sul.

Me engana, que eu gosto!

Segundo a assessoria do deputado Rocha, ele “tem se fortalecido com a nova filosofia, usando o diálogo como instrumento para construir um projeto forte e vitorioso nas próximas eleições”.

Consoante Maquiavel

Se for o mesmo tipo de diálogo que o deputado tucano manteve com Marcio Bittar (hoje no PMDB) e Tião Bocalom (DEM), as conversas com Vagner Sales devem ter, de fato, avançado consoante a filosofia de Maquiavel.

Major Rocha e Vagner Sales/Foto: reprodução

Indigestão

Diz ainda o release da assessoria do parlamentar do PSDB: “Para alguns, a conversa e o encontro parecem ser indigestos, devido algumas divergências geradas nas eleições de 2016, entre os dois líderes políticos, mas a realidade da política local prega a necessidade de se esgotar o diálogo em favor do Acre”.

Vão vendo!

Diz ainda: “Rocha é um dos políticos em maior ascensão no Acre, e tem se desprendido de algumas vaidades. Recentemente o tucano recuou na sua pré-candidatura ao Senado, em nome da unidade de todos os partidos que compõe (sic) o bloco de oposição e retirou o PSDB na discussão de vice na chapa majoritária”.

Pra encerrar

E o release se encerra com palavras do Major Rocha: “Meu desafio é libertar o Acre deste atraso que vivemos, não posso colocar meus pontos de vista acima dos interesses de nosso povo, que vivem (sic) hoje refém da insegurança, e cercados pela falta de perspectiva de dias melhores”.

Noves fora

Vejamos, pois: Rocha, que foi vice-líder do governo Temer e o abandonou sob um discurso contra a corrupção, acha natural conversar com aquele que foi apontado por seu partido em Cruzeiro do Sul como responsável pela subversão da legalidade do pleito eleitoral de 2016, em benefício do sucessor, Ilderlei Cordeiro.

Capoeirista

Rocha, que deixou Bocalom no tatame para aliar-se com o PP de Gladson Cameli, agora certamente acredita que comprar apoio político – conforme denúncia do PSDB contra Vagner Sales – é um mal menor diante da urgência em derrotar o PT.

Idas e vindas

Por fim, Rocha, que se rebelou contra a estrela do seu próprio partido – o senador Aécio Neves, acusado de receber R$ 2 milhões em propinas dos donos da JBS –, agora conversa com quem acusou de tentativa de comprar aliados tucanos em Cruzeiro do Sul, prejudicando a campanha do ex-deputado Henrique Afonso à prefeitura daquela cidade.

Perguntar não ofende

Há que se perguntar, portanto, com que tipo de ‘régua moral’ Rocha mede a ética alheia e a própria. E qual os critérios que usa no momento em que se une a uns e repele a outros, em nome de seus valores políticos.

Espaço aberto

São questões pertinentes, para as quais as respostas do parlamentar tucano seriam muito bem-vindas. Este espaço, como sempre, está disponível. Mas, como de outras vezes, achamos que não haverá manifestação por parte do deputado-filósofo.

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