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Marcus Alexandre não está acima das leis; se é culpado nas investigações, a Justiça é que dirá

Por REDAÇÃO CONTILNET

Da arte de fazer barulho

A condução coercitiva do prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre (PT), para depor nas dependências da Polícia Federal nesta segunda-feira (30) foi motivo de muita gritaria por parte de seus correligionários e apadrinhados.

 

Escândalo por quê?

Da mesma forma como aconteceu com o ex-presidente Lula, a turma da boquinha acha o cúmulo da injustiça que as instituições responsáveis por zelar pelo emprego correto do dinheiro público – bem como investigar e punir aqueles que o empregam mal ou optam por desviá-lo em benefício próprio – cumpram suas prerrogativas constitucionais e patrióticas.

Velha ladainha

A falácia da vez obriga a percussão de argumentos toscos. Fala-se nos meios de comunicação companheiros e nas redes sociais militantes que a operação da PF se deu em função do anúncio de Marcus Alexandre como pré-candidato da FPA ao governo do Estado. E, como sempre, coloca-se a culpa nos adversários políticos.

Questão de ordem

Ora, ora, a Operação Buracos ocorreu em seis cidades distintas, três das quais no Estado de Rondônia, uma em Mato Grosso e outra no interior paulista. Foram expedidos pela Justiça 23 mandados de condução coercitiva e 26 de busca e apreensão. Só na capital acreana foram cumpridos 14 mandados de condução coercitiva e 13 de busca e apreensão.

Teóricos da conspiração

Basta analisar esses números e refletir sobre as circunstâncias em que se deu a operação para se chegar à conclusão de que a condução coercitiva do petista Marcus Alexandre nada tem a ver com a sua indicação para concorrer à sucessão de Tião Viana. Coincidências só não existem na cabeça dos que aprenderam a tirar proveito das teorias conspiratórias.

Acusação descabida

Além do mais, culpar os adversários do PT no Acre pelo que sucedeu nesta segunda é incorrer no temerário erro de acusar a Polícia Federal de estar a serviço de uma ou mais siglas partidárias ou de um grupo político.

Discernimento

E pra constatar o absurdo de tal insinuação, basta lembrarmos outras ações da PF, nas quais foram flagrados alguns peixes graúdos do governo de Michel Temer com a boca na botija. É o caso, por exemplo de Geddel Vieira Lima. E do próprio presidente, duas vezes requisitado à Câmara dos Deputados para responder às acusações no Supremo Tribunal Federal.

Piada pronta

Ao acusar instituições sérias como a PF e o Ministério Público Federal de agirem sob motivações políticas, os correligionários do prefeito Marcus Alexandre – a exemplo do que ocorreu e ocorre no caso de Lula – agem como o sujeito da anedota que flagra a esposa com o amante no sofá e toca fogo no móvel.

Assepsia

Vivemos dias de assepsia moral e de mudança de ‘paradigmas’ – essa palavrinha antipática que os companheiros adoram usar. Magistrados, promotores e procuradores sérios, alguns deles talvez inspirados na coragem do juiz Sérgio Moro, resolveram fazer valer a Constituição Federal, que em seu Artigo 5º decreta a igualdade de todos perante a lei.

Mais ‘iguais’ que os outros

E é claro que pra os que agem e vivem como se as leis existissem para beneficiar os aliados e punir adversários, a regra que a todos abrange é uma afronta desmedida.

Lenga-lenga 

Assim como o Sr. Luiz Inácio não está acima das leis, tampouco o estaria o Sr. Marcus Alexandre. Se é ou não culpado das acusações pelas quais se vê investigado, quem o dirá será a Justiça.

Até aqui, ó!

Antecipar argumentos e indignações – sobretudo em favor do prefeito – é entoar a mesma ladainha que se originou com o impeachament da dona Dilma. E dessa lenga-lenga já estamos de saco cheio!

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