O prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre (PT), convocou a imprensa local para uma coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira (31) para falar sobre sua condução coercitiva até a sede da Polícia Federal, onde prestou esclarecimentos sobre os contratos investigados pela Operação Buracos.
Durante a coletiva, o petista aparentou um semblante muito calmo durante toda sua oratória e a sabatina de perguntas dos repórteres. Marcus afirmou está a favor de todas as investigações e só o que teria lhe causado uma certa estranheza foi o procedimento adotado pelos agentes da Polícia Federal.
“Não estou acima da lei, sou cidadão com qualquer outro e espero que se alguém errou, que pague. Eu penso exatamente como a população, ou seja, quanto mais se investigar melhor. Na minha opinião, eu só não considerei necessário todo procedimento adotado, visto que em todos os outros processos em que fui convidado a prestar esclarecimento, fui de forma voluntária e sempre contribui com as investigações”, disse o prefeito.
Sobre isso, Marcus ressaltou que trinta e oito processo que envolviam seu nome em investigações sobre supostas irregularidades fiscais e de gestão já foram arquivados, por isso pediu que seja garantido mais uma vez o seu direito de defesa.
“Desde 2009 tenho meus sigilos telefônico, fiscal e bancário quebrados. Minha vida é como dizem por aí ‘um livro aberto’. Estou tranquilo e não tenho nada com que me preocupar em relação a essa investigação. É comum que processos investigativos sejam abertos a cada fim de ciclo de uma direção no Deracre, todo mundo sabe disso. Mas tenho a consciência tranquila, vamos colaborar com as investigações e provar mais uma vez que nossa parte foi feita da maneira mais correta possível”, disse Alexandre.
Durante a coletiva Marcus foi perguntado a respeito da tão comentada camada de asfalto da BR-364, assunto ventilado pela imprensa local, que afirmou que em trechos da rodovia a camada asfáltica que deveria apresentar seis centímetros de espessura só teria três.
“Todos os apontamentos do TCU foram atendidos enquanto eu estava a frente do Deracre. É preciso ter acesso aos relatórios para redigir nossa defesa, mas posso afirmar que trechos da estrada tiveram tratamentos diferentes e em algum deles, além da camada asfáltica, existe também uma camada de recapeamento de três centímetros. Mas repito, é preciso ter acesso aos relatórios questionados, para redigirmos nossa defesa de maneira correta”, disse o prefeito.
Ataque Político
O prefeito anunciou logo no início da entrevista que não faria comentários em relação à coincidência com o fato da operação da PF ter sido deflagrada dois dias após o anúncio de sua pré-candidatura ao Governo do Estado. No entanto, ao ser questionado pelos jornalistas locais a respeito do tema, Marcus respondeu:
“Eu prefiro acreditar que foi uma coincidência. Vida que segue, eu vou continuar trabalhando, acordando cedo e cumprindo minhas obrigações, pois nós temos uma cidade para cuidar. Eu quero aproveitar para agradecer a todas as orações que recebemos, as mensagens solidárias e ao ato realizado em frente a prefeitura ontem, onde a Socorro (Neri) e outros amigos nos prestaram apoio”, pontuou.
Ataque pessoal
Marcus Alexandre mostrou-se extremamento preocupado ao falar das consequências atuais que as disputas políticas têm tomado. O prefeito ressaltou que jamais torce para que algo dê errado para alguém, assim como jamais comemoraria que alguém estivesse com problemas e com isso aproveitou para lamentar o ato realizado em frente a sua residência na segunda-feira.
“Eu só lamento realmente o rumo que as coisas estão tomando. Soltaram fogos de artifício em frente a minha casa após a operação sair na imprensa. Eu tenho uma criança de dezoito meses que foi acordada com o barulho. Tentaram envolver o nome da minha esposa, que sequer ordenou despesas no período em que trabalhou no Deracre. Espero que a justiça seja feita e que se evitem julgamentos precoces que possam prejudicar a reputação e as vidas de pessoas de bem”, finalizou.