O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse nesta segunda-feira (5), em depoimento à Justiça Federal em Brasília, que não recebeu dinheiro da empresa JBS para ficar em silêncio.
Os irmãos Joesley e Wesley Batista, do grupo que controla a JBS, disseram ao Ministério Público na delação premiada que receberam o aval do presidente Michel Temer para comprar o silêncio do ex-deputado.
Em seu acordo de delação premiada, que está sob investigação, Joesley entregou o aúdio de uma conversa dele com Michel Temer em que o presidente da República diz “tem que manter isso aí” após Joesley afirmar que está bem com Eduardo Cunha.
Segundo a denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República contra Temer por obstrução à Justiça, o presidente se referia à compra do silêncio de Cunha.
Cunha chamou a denúncia dos irmãos Batista de “forjada” e disse que foi uma tentativa de “pegar” o mandato de Temer.
“Não existe essa história de dizer que eu estou em silêncio ou que eu vendi o meu silêncio para não delatar. Eu atribuo isso […] para justificar uma denúncia que pegasse o mandato do Michel Temer. Essa é que é a verdade. Deram uma forjada e o Joesley foi cúmplice dessa forjada”, afirmou Cunha.