18 de abril de 2024

“O anúncio de Emylson como vice é a maior afronta que já vivemos na história política deste Estado”

Acertamos outra vez

Esta coluna costuma recorrer ao passado e analisar o presente na tentativa de antecipar o futuro – e quase sempre dá certo. Dia desses, por exemplo, ao discorrer sobre as prioridades do governador Tião Viana (PT), antecipamos que chegaria o dia em que ele trataria de colocar a culpa pela violência que nos aterroriza no dia a dia sobre as costas do governo Temer. Bingo! E eis que acertamos de novo, como pôde ver o leitor no noticiário desta terça-feira (28).

Meia-verdade

Sejamos corretos, todavia: Tião Viana não disse, expressamente, que a culpa era de Michel Temer. Ao invés disso, culpou o Governo Federal. Portanto não mentiu, mesmo tendo falado uma meia-verdade.

Dói, é traiçoeira e amedronta

E por que o governador do PT disse uma meia-verdade? Ora, porque a ‘verdade inteira’ dói, é traiçoeira e amedronta! E está menos sujeita à manipulação do que a sua metade. É mais fácil, por exemplo, contar à população que a culpa é do Governo Federal agora, que os companheiros já não ocupam a sala mais importante do Palácio do Planalto. Antes o discurso era bem outro, certo?

Aos fatos

Na campanha presidencial de 2006, o programa do então candidato tucano Geraldo Alckmin responsabilizou o presidente Lula de facilitar a entrada das drogas no país. E traçou a rota da cocaína e seus derivados – a pasta-base e o crack – desde a origem nos países andinos até chegar aos grandes centros do país, passando necessariamente pelo Acre.

A reação dos pusilânimes

Alckmin contou alguma inverdade? Não! Disse algo contra os acreanos? De jeito nenhum! Apenas alertava para a política de Lula em relação à vigilância de nossas fronteiras… Mas isso foi o bastante para que a turma do PT, que defendia aqui a candidatura de Binho Marques, reagisse de forma pusilânime no horário eleitoral gratuito.

Vitória da cretinice

Nos dias posteriores ao citado programa do PSDB, os petistas martelaram que Alckmin nos chamara a todos de traficantes e blábláblá. Era o grito da cretinice em reposta à reflexão sobre a realidade. E a primeira venceu – sob a distorção, é claro, dos fatos.

Eles nunca assumem

O PT nunca assumiu seus erros – tenha sido no mensalão, no petróleo ou quando Lula, presidente do Foro de São Paulo, recebeu narcotraficantes no país como se estadistas fossem. O PT não assume e jamais assumirá o erro de cultuar a memória de facínoras e genocidas como Stálin, Guevara, Fidel Castro e – mais recentemente – Hugo Chávez.

Não será desta vez

E não seria agora que os companheiros iriam admitir que sua política de manutenção do poder nos levou à falência, ao desemprego e à agonia social; que nos transformou na oitava economia do mundo, após termos alcançado a sexta posição; que nos levou de volta ao passado depois de termos posado de país do futuro.

Sem remissão de culpas

Não haveria de ser agora que eles purgariam os próprios pecados e se redimiriam ao contar a verdade. A encenação continua. Faz parte da farsa política que levou o país de volta ao buraco e permitiu que o Acre se tornasse um lugar “pior que a Colômbia de Pablo Escobar”, para lembrarmos palavras do governador do PT. Não há lugar para pedidos de desculpas na vida dos que tentam nos convencer de que sempre estiveram ao lado da verdade.

Acintosamente real

Ora, no ano que vem, o Acre será um Estado de cuja Capital o prefeito teve de renunciar para se candidatar ao governo, e o secretário de Segurança Pública também precisou abdicar do cargo para ser seu vice. Não pode haver sina pior do que a de um moralista cujo discurso condenatório passa a ser usado contra ele mesmo!

Dois pesos e duas medidas

A renúncia de Marcus Alexandre nos remete à virulência do PT contra Flaviano Melo, em 2002, quando o segundo abdicou da prefeitura de Rio Branco para enfrentar Jorge Viana, então candidato à reeleição. E também contra Marcio Bittar, nas eleições de 2004, quando este, na visão daqueles, não podia governar a principal cidade do Acre por ter nascido no interior de São Paulo.

Afronta

O segundo fato, relativo a Emylson Farias – ontem mesmo anunciado como vice na chapa da Frente Popular –, é a maior afronta que já vivemos na história política deste Estado! Simples assim. Em meio à pior fase da segurança pública no Acre, eis que o secretário Emylson é escalado para enfrentar os adversários na condição de vice de Marcus Alexandre, como se este último tivesse resolvido os graves problemas da BR-364 e aquele houvesse derrotado as facções criminosas…

A necessidade os obriga

Nem um coisa, nem outra, caríssimo leitor! Daí a necessidade de Tião Viana de recorrer às ‘meias-verdades’ para continuarem – ele e seus aliados – na raia, em busca de mais quatro anos de poder.

Missão política

À oposição não cabe apenas vencer Marcus Alexandre e seu ‘Eliot Ness’ xapuriense, mas tratar de recolocar as coisas nos devidos lugares, em respeito aos fatos e em reverência à verdade. E, passada esta fase, governar com transparência, humildade e republicanismo, mostrando ao eleitor que a política é mais que um jogo de interesses – pode ser instrumento de transformação social.

A longevidade e os ‘imortais’

Sem isso, senhores, haveremos de estar jogando de volta ao colo dos companheiros uma nova fase de longevidade, à qual, de tão acostumados eles estão, já começam a confundi-la com imortalidade.

Zero-hum

Contrariado com os rumos do PPS no Acre, Luís Francisco de Souza Neto, o Souzinha, resolveu abandonar uma longa história de militância no partido. E pediu pra sair.


Assédio

E antes mesmo de curtir o merecido descanso, Souzinha já se vê assediado por algumas siglas, entre elas o PTB e o Solidariedade. Trata-se de um reconhecimento aos serviços prestados enquanto esteve no PPS. O cara merece.

Explicações necessárias

Eliot Ness foi um agente do Tesouro Americano responsável pela prisão do mafioso Al Capone. Depois de desempenhar a função de secretário de Segurança Pública em Cleveland, tentou a vida como empresário e até se candidatou à prefeitura da cidade, mas perdeu a eleição. Foi um homem largamente retratado na literatura e no cinema norte-americanos. Ora, a vida imita a arte, não é assim?

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