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Psiquiatra compara a história da Amazônia à do Brasil

Por GAÚCHA ZH

As crianças aprendem na escola a chegada de Cabral à Bahia, mas não lhes contam que três meses antes, em janeiro de 1500, Vicente Pinzón chegou à foz do Amazonas, que chamou de Mar Dulce. A Amazônia tem sua própria história, como se fosse “à parte” do Brasil. Talvez porque em 1494 o Tratado de Tordesilhas havia destinado aquela região à Espanha.

Portugal “se adonou” da Amazônia a partir da União Ibérica, de 1580 a 1640, quando Espanha e Portugal foram um só reino. Em 1616 os portugueses fundaram o Forte que deu origem a Belém e em 1621 criaram o estado do Maranhão e Grão-Pará, subordinado diretamente a Lisboa, independente do resto da Colônia. Portugal reagia à França que em 1594 criara uma feitoria em São Luís e em 1612 sua Colônia no Maranhão, a França Equinocial _ mas foram expulsos pelos portugueses em 1615.

Francisco Orellana mudou o nome do rio Marañon para Amazonas, em 1542, quando subiu o Marañon e ouviu as lendas sobre as mulheres guerreiras. Hoje a Amazônia é patrimônio ambiental, há 5 séculos era cobiçada por aventureiros nas buscas pelo “Eldorado”, a lendária cidade de ouro dos índios _ descritas em 1595 pelo pirata inglês Walter Raleigh em O caminho para Eldorado. Alemães, holandeses, franceses, ingleses e irlandeses se aventuraram na região no século 16.

Amazônia/ Foto: Site Ambiente e Energia

Em 1637 o navegador português Pedro Teixeira subiu o Amazonas espalhando colônias portuguesas, bem além da linha de Tordesilhas. A União Ibérica acabou em 1640, Espanha e Portugal se separaram _ e a Amazônia já era portuguesa, de fato.

Para povoar a região, além de escravos africanos e índios os portugueses trouxeram jesuítas. Os sermões do Padre Antônio Vieira, que chegou ao Pará em 1655, são considerados marcos humanistas de proteção aos índios.

Atrapalhando os negócios do reino, no século 18 _ análogo à Lava-Jato que incomoda os poderosos agora no século 21 _ em 1759 os jesuítas foram expulsos. A desconhecida história da Amazônia, afinal, tem a mesma lógica da História do Brasil oficial.

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