Solidário com prefeito, Jorge Viana critica ambiente de intolerância

O senador Jorge Viana (PT-AC) subiu à tribuna do Senado para lamentar a forma exagerada com que operação foi desencadeada no Acre, na segunda-fera, para apurar denúncias. Ele considerou desnecessária a condução coercitiva a que foi submetido o prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre, que teria passado por constrangimento desnecessário. “Vejo o sofrimento de pessoas honestas”, lamentou. “Estamos ficando desconfiados com essas ações espetaculosas feitas à revelia da lei, do meu ponto de vista, porque, ontem, fizeram condução coercitiva de pessoas, quando nenhum ofício foi enviado antes pelas autoridades para convocar tais pessoas”.

Segundo Viana, preocupa que o Brasil esteja vivendo um ambiente de intolerância crescente. “É lamentável que o país esteja pegando este caminho de, primeiro, destruir as pessoas para, depois, ver se são culpadas ou inocentes”, disse. “Já tivemos o caso do G7 no Acre. O presidente da Federação das Indústrias morreu após o episódio. Pessoas foram destruídas, e, depois, a Justiça Federal as inocentou”. Ele disse que é preciso respeito às instituições, mas investigações precisam ser feitas sempre dentro da lei, com respeito ao direito de defesa.

Em discurso na tribuna do Senado, senador Jorge Viana (PT-AC)/Foto: Assessoria

No discurso feito na tarde desta terça-feira, 31 de outubro, da tribuna, o senador manifestou solidariedade ao prefeito de Rio Branco. “Eu confio, conheço o prefeito Marcus Alexandre e sua esposa, Gilcélia. Conheço muitas das pessoas que agora estão tendo que fazer esclarecimentos junto às autoridades”, disse. “Não dá para aceitar, como foi divulgado em um site, a palavra de alguém que, sei lá por que cargas-d’água foi demitido, se revolta e começa a soltar um mundo de mentiras. Isso vai para as redes sociais e fica parecendo verdade”.

Ele disse que o país não deve seguir no caminho da intolerância. “Primeiro, se comete uma injustiça para, depois, ver se há culpados ou se a Justiça deve agir. É lamentável”, apontou. “Isso não constrói uma nação. Nós estamos virando um palco desse ambiente de intolerância e de ódio de todos contra todos”.

SEGURANÇA

Ainda na tribuna do Senado, ele elogiou a iniciativa do governador Tião Viana de sediar um encontro dos 27 governadores para tratar da questão da segurança pública, cuja crise vem se agravando de maneira preocupante nos últimos anos. “Pode haver temas próximos, mas qual é o tema que ganha uma importância e que possa competir contra essa agenda da violência?”, questionou. “Não posso deixar de fazer um registro do evento que o governo Tião Viana liderou, talvez um dos mais importantes dos últimos anos no Acre”.

“Queria, além de cumprimentar o governador, cumprimentar os ministros que estiveram em Rio Branco – da Defesa, da Justiça, de Relações Exteriores – e os governadores que foram ao meu estado fazer o encontro mais importante para começarmos o enfrentamento da violência no país”, elogiou.

Viana citou os números que mostram a liderança isolada do Brasil no registro de homicídios em todo o planeta: 61,6 mil casos em 2016. “O Brasil virou o país da matança – matança de policial; policial matando pessoas, especialmente da população especialmente jovem. Foram 62 mil, no ano passado, Neste ano, vai passar de 70 mil mortos”, advertiu.

O parlamentar anunciou que vai apresentar uma proposta de emenda constitucional para impedir que condenados por crimes contra a vida iniciem o cumprimento da pena em regime semi-aberto. “Tirar a vida de alguém vai resultar no cumprimento a prisão em regime fechado para que se valorize a vida neste país”, justificou.

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