Agenda impositiva
Sem condições de criar uma agenda positiva que desvie a atenção da opinião pública acreana dos tormentos diários e dos escândalos políticos, o governo de Tião Viana se sujeita, impotente, às circunstâncias de uma realidade cada vez mais implacável. 
Espólio
Fechada a torneira da bonança que outrora irrigou o canteiro das obras públicas e propiciou a grandiloquência dos benfeitores, resta a paralisia, a negligência, o desprezo à obrigação de sacrificar as benesses de alguns em nome da atenuação do sofrimento de muitos.
Tudo como antes
Nem mesmo os dois grandes eventos do mês passado, dos quais se esperavam soluções para os graves problemas da segurança pública, foram capazes de convencer a sociedade de que, afinal, o governo estadual despertou da letargia.
Triste realidade
Findo o espetáculo que não contou com a presença do presidente da República, e silenciada a retórica do otimismo, o Acre voltou ao drama da violência cotidiana, cujo saldo são quase trezentas mortes violentas só neste ano.
Subversão dos valores
Mais empenhados em desagravar o aliado investigado por suposto desvio de recursos públicos do que em garantir a tranquilidade dos contribuintes, nossos governantes acenam com o despudor com que subvertem as prioridades.
Descaramento
E enquanto eles se ocupam em traçar estratégias para se manter no topo, o andar debaixo amarga a violência e a crise econômica que o cinismo e o descaramento mandam atribuir a Michel Temer.
Cansativo
Sem qualquer intenção de menoscabar o presidente do PDT no Acre, o ex-deputado Luiz Tchê, mas a sua velha cantilena segundo a qual o partido poderá deixar a Frente Popular cansou até mesmo os ouvidos menos suscetíveis.
Mui amigos!
Desta vez, a ameaça do pedetista decorre da antiga prática dos companheiros de garimpar nomes promissores no quintal alheio, cooptando-os para encorpar a chapa petista. Tudo, claro, para garantir a vitória dos candidatos ungidos pelo governador Tião Viana.
Dieta forçada
Segundo Tchê, os companheiros, mais uma vez, têm assediado virtuais pré-candidatos do PDT à Assembleia Legislativa e à Câmara Federal. A tática, se bem sucedida, não apenas reforçaria o time da camisa vermelha como desfalcaria a equipe de Tchê, mantendo o ‘peso’ do partido ou obrigando-o ao emagrecimento.
Com razão
Não obstante o enfado do discurso que se repete a cada eleição, há que se dar razão ao reclame de Tchê. Afinal, além de ser um dirigente partidário incansável na tarefa de fortalecer a sigla sob o seu comando, ele é o tipo de pessoa que não tolera a deslealdade daqueles aos quais empresta apoio.
Coragem
Outra qualidade do pedetista é ter a coragem de peitar os ocupantes da Casa Rosada, sempre que necessário. Ao contrário dele, alguns dirigentes de partidos que integram a FPA costumam se amofinar ante a ação do rolo compressor do PT.
Direito garantido
Na entrevista coletiva que deu na última terça-feira, um dia depois de ter sido levado sob coerção para depor nas dependências da Polícia Federal, o prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre, apelou ao direito da “ampla defesa”. Mas não consta que as instituições encarregadas da Operação Buracos lhe tenham negado tal prerrogativa.
Rugido
Contra a condução coercitiva do correligionário, o senador Jorge Viana (PT) vociferou sua indignação da tribuna do Senado, em discurso feito nesta semana em defesa de Marcus Alexandre. Depois de acusar a PF de fazer pirotecnia, ele recomendou comedimento aos que costumam antecipar juízos de valor ante investigações dessa natureza.
Tá certo
Para Jorge Viana, ninguém merece o linchamento da opinião pública antes mesmo de ser sentenciado pela Justiça. E ele está coberto de razão.
Detalhe essencial
Existe, porém, um pequeno detalhe: condenado Lula a nove anos e meio de cadeia, Jorge tratou de engrossar o coro dos que tentam desqualificar o juiz Sérgio Moro. Em outras palavras, petistas são sempre inocentes – não importa o tamanho da sentença que recebam.
Na ponta da língua
Pré-candidato ao Senado pelo PMDB, Marcio Bittar esteve nesta quarta-feira (1º) no programa Gazeta Entrevista. Sobre a disputa do ano que vem, enfatizou que nunca deixa de mencionar o nome do senador Sérgio Petecão (PSD) em suas visitas aos municípios do interior do estado.
Périplo pelo interior
Bittar esteve por esses dias em Feijó e Tarauacá e em breve voltará a Cruzeiro do Sul para conversar com apoiadores de sua campanha futura.
Atributos
Bittar, por sinal, costuma se sair bem nos meios de comunicação. E na sabatina desta quarta não foi diferente. Sua habilidade retórica, somada ao carisma nato justificam, em parte, o seu bom desempenho nas pesquisas de intenção de voto para o Senado.
Recall
Além das qualidades pessoais, Marcio Bittar conta com o chamado recall, que em português costuma ser traduzido por ‘memória eleitoral’.
