Olhos marejados, muita emoção e um sentimento de conquista tomaram o Palácio do Comércio na tarde da última segunda-feira (4), quando foi celebrada a primeira edição do projeto “Casar é Legal”. A ação, criada pela Defensoria Pública do Estado (DPE), oficializou a união de 13 casais homoafetivos na Capital acreana.
Para participar, os casais interessados se inscreveram no projeto entre setembro e novembro, sendo que a documentação para validar as uniões civis já está providenciada. A ação também contou com as parcerias do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC), Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) e Cartórios de Registro Civil das Pessoas Naturais da Comarca de Rio Branco.
Entre os casais, estavam Juliana Cavalcante, de 31 anos de idade, e Alessandra de Oliveira, de 24 anos de idade. Juntas há dois anos, as noivas decidiram oficializar a união no “Casar é Legal”. “Sempre tive vontade de casar, porém nunca tinha encontrado a pessoa certa até a Alessandra aparecer em minha vida. Decidimos juntas dar esse passo, e pra nós é maravilhoso poder estar nessa ação, pois ainda vemos muito preconceito – até dentro da própria família. Já é uma conquista”, declarou Juliana.
Rafael Figueiredo Pinto, presidente da Associação dos Defensores Públicos do Acre, destaca que a DPE se orgulha dessa luta: “Historicamente, sempre lutamos pela minoria e pelos grupos que são, de alguma forma, discriminados por setores da sociedade. Este será o primeiro de muitos que virão”.
Para o professor Flávio Sanctum e o fotógrafo Luís Moura, com 41 anos de idade cada, a realização do casamento coletivo mostra o comprometimento do Estado em celebrar as diferenças e combater a intolerância.
“Estávamos juntos há dois anos quando nos mudamos do Rio de Janeiro para o Acre há seis meses. Considero esse um avanço tremendo para a comunidade LGBT do Estado, pois é maravilhoso que estes entes públicos estejam promovendo o evento, reforçando aquilo que já deveria ser de entendimento universal: amor é amor, independente de gênero ou orientação sexual”, afirmaram os noivos.
Roberta Melo, defensora-geral do Estado, afirmou que o “Casar é Legal” é “extremamente significativo para a promoção de Direitos Humanos”. “Isto vai ao encontro do princípio social e da dignidade, um marco em relação à cidadania”, disse Roberta.