Após ser agredida pelo marido, mulher monta barraco para morar com os 5 filhos

Depois de deixar o marido por sofrer agressões, Denise Gomes Feitosa passou a sustentar a família sozinha. Para não morar na rua com os cinco filhos, a dona de casa se viu obrigada a montar um barraco precário para morar.

Mulher vive com cinco crianças em barraco precário em Rio Branco (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre )

Desde então, eles vivem em um lugar que não oferece meios e condições adequados para que todos possam viver.

Nos fundos da moradia, passa um córrego por onde desce todo o esgoto do bairro. Quando chove, ela e os filhos têm que lidar com a invasão de cobras, aranhas, baratas e ratos dentro da casa. Sem portas no local, Denise passa diversas noites sem dormir para garantir a segurança dos pequenos.

“Eu morava de aluguel, esses alugueis sociais. Mas o pessoal atrasou [o repasse do dinheiro] e cortaram. Daí comecei a pagar com o bolsa família, pagava um cantinho. Mas teve um momento que não deu mais, não tinha como. Daí eu vim para cá, me ofereceram esse cantinho aqui”, relembra Denise.

O barraco foi construído há um mês, quando ela chegou no local, com ajuda de vizinhos. A mesa possui alguns pratos. A pia adaptada é usada para lavar louça e roupas. No lugar onde eles fazem as refeições, apenas algumas frutas e temperos.

No fogão à lenha, apenas uma panela com leite. Em outra parte da casa uma cama quebrada, alguns sofás e roupas doadas.

Denise enfrenta toda essa situação ganhando apenas R$ 280 de auxílio do Bolsa Família. “Com o dinheiro, compro comida, alimento, sandália e outras coisas para os meus meninos. Também compro o gás. Já chegou a faltar alimento, mas os vizinhos me ajudam”, conta.

Mulher mora em barraco sem portas com os 5 filhos no Acre, mas ainda acredita em um futuro melhor: “Tenho Esperança”

A dona de casa faz parte de uma triste estatística. Segundo o Banco Mundial, mais de 52 milhões de brasileiros viviam na pobreza recebendo pouco mais de R$ 380 por mês em 2016.

Já os que vivam na pobreza extrema recebiam apenas R$ 130 mensalmente. O levantamento mostrou ainda que as regiões Norte e Nordeste são as que mais concentram famílias em situação de pobreza, 43,1% e 43,5% respectivamente.

Um estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que a desigualdade é refletida também pela cor da pele dos brasileiros. Quando o filho de um pai com ensino médio incompleto é branco, o número de formados é de 32 em cada 100 pessoas. Mas entre pretos e pardos esse número é bem menor, 18 para cada 100.

E esse é o caso de Denise. Mesmo sem ter terminado os estudos, ela sonha com um futuro completamente diferente para os filhos. “Eles estão estudando. Espero que um dia eles façam faculdade. Tenho esperança”, finaliza.

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