Membros do Comitê Acreano do Plano da Cultura Exportadora (PACE) estiveram reunidos na manhã desta quarta-feira, 6, na sede da FIEAC, para fazer uma avaliação das ações realizadas ao longo de 2017 com o objetivo de impulsionar o comércio exterior, sobretudo com os países andinos. Durante o encontro foi feito também o planejamento das demandas que serão priorizadas pelo grupo no ano seguinte.
Entre as diversas atividades realizadas em 2017, o Comitê promoveu encontros internacionais com empresários e lideranças do Acre, da Bolívia e do Peru, coordenou visitas técnicas nas alfândegas localizadas em regiões de fronteira e também em obras consideradas estratégicas para favorecer a logística de exportações, além de cobrar ações dos governos para alguns dos entraves que prejudicam a consolidação das exportações e importações.
Baseado no diagnóstico, o Comitê aprovou um plano de ação com as seguintes diretrizes: relacionamento e promoção de negócios; logística e infraestrutura do comércio exterior; barreiras em mercados externos; inteligência comercial; assessoramento e capacitação; facilitação e desburocratização do comércio exterior; estímulo e apoio a negócios acreanos para exportação.
Victor Hugo Rondón, representante do Ministério do Comércio Exterior do Peru, revela que neste ano as exportações do país vizinho para o Acre registraram um acréscimo de 20%. “Enquanto isso, o Acre também exportou ao Peru 12% a mais do que em 2016. E como esses dados foram contabilizados somente até o mês passado, esses índices devem aumentar para ambos os lados”, destacou.
Rondón prevê, ainda, um grande incremento para os próximos anos nas relações comerciais bilaterais. “Isso porque teremos a abertura da exportação da carne suína do Acre para o Peru, que, por sua vez, está com novas tendências de exportação em material de construção e alimentos”, acrescentou.
Para o presidente da FIEAC, José Adriano Ribeiro, embora ainda existam uma série de demandas que precisam ser solucionadas para que ocorra um avanço significativo nas relações comerciais com outros países, a avaliação dos trabalhos do Comitê Acreano da Cultura Exportadora é positiva.
“Tivemos nos últimos três anos uma oscilação desse comércio exterior e notamos a necessidade de fazermos um incremento dessas discussões e termos de fato um plano que trabalhasse isso de forma mais prática para retomarmos esse crescimento. O resultado disso é que hoje já temos uma movimentação bem superior à registrada nos últimos dois, três anos, porém, muito longe ainda do que pretendemos e acreditamos que podemos alcançar”, frisou o presidente da FIEAC.
José Adriano considera “vital” para o Estado a relação com os países andinos, tendo em vista que o Acre mantém grande dependência de recursos federais. “Esse comércio pode projetar o setor privado a nível internacional e dar mais segurança para geração de empregos e novos investimentos”, assinalou.
Inácio Moreira, presidente da Agência de Negócios do Acre (Anac), enalteceu a mobilização da Federação das Indústrias para que a pauta do comércio exterior seja priorizada. “Temos que parabenizar a FIEAC não só pelo Comitê, mas por outras agendas importantes que tem liderado. Precisamos dar algumas respostas, sobretudo do ponto de vista da logística, para que os investidores tenham um diagnóstico mais científico dessas alternativas. Embora tenhamos muitos problemas para superar, esse grupo obteve, de forma coletiva, avanços consideráveis”, salientou.
Para o empresário José Luiz Assis Felício, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Alimentares do Acre (Sinpal), a abertura para comercialização da produção do Estado nos mercados da Bolívia, Peru e de outros países da América do Sul é estratégica. “Considerando a grande concorrência dos produtos que vêm do sul e sudeste, que diminuem nosso mercado, essa integração andina torna-se essencial para os empresários acreanos”, acentuou.
Também participaram da reunião representantes da Fecomércio, Banco da Amazônia, Sebrae, MAPA, Sedens, Suframa, FAEAC, Acisa, SENAI, CIN, CRA-AC, CREA-AC, despachantes aduaneiros, Setacre, SECT, entre outras instituições.