A Coreia do Norte acusou, nesta quinta-feira (7), os Estados Unidos (EUA) de querer provocar uma guerra na Península Coreana, uma decisão que se reflete na escalada das manobras militares de Washington e os comentários “belicistas” das autoridades sobre o país. A informação é da Agência EFE.
“Os comentários negligentes de guerra do círculo interno do presidente americano Donald Trump e os movimentos militares temerários dos EUA corroboram que o atual governo decidiu provocar uma guerra na Península Coreana”, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores norte-coreano à agência estatal KCNA.
O governo da Coreia do Norte acredita que Washington optou pela estratégia de caminhar passo a passo para explodir o conflito e que o que pode ser perguntado agora é “quando explodirá a guerra”?
O porta-voz do Ministério da Coreia do Norte afirmou: “não desejamos uma guerra, mas não fugiremos dela” e advertiu os EUA de que “pagarão caro” por provocar um conflito com sua “poderosa força nuclear, que fortalecemos constantemente”.
Os comentários da chancelaria norte-coreana ocorrem em meio à realização das manobras aéreas anuais de Washington e Seul “Vigilant ACE”, as maiores até o momento, que se prolongarão até esta sexta-feira e que representam uma nova exibição de força diante do desafio armamentístico do regime liderado por Kim Jong-un.
A tensão na Península da Coreia aumentou nos últimos meses, após o último teste nuclear norte-coreano em setembro e os lançamentos de mísseis balísticos, o mais recente e mais avançado na semana passada.
O assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, o tenente-general Herbert Raymond “H.R.” McMaster, disse recentemente que a possibilidade de uma guerra com a Coreia do Norte “está aumentando a cada dia”, enquanto o senador republicano Lindsey Graham pediu ao Pentágono para começar a repatriar as famílias dos militares americanos, alegando que o conflito com o Norte está se aproximando.
O governo norte-coreano classificou hoje estes comentários de “belicistas”. Acrescentou que eles apenas podem ser interpretados como um aviso para que o país esteja preparado para uma guerra e que “o mundo não deveria abrigar nenhum preconceito quando se trata de discernir quem está por trás da tensa situação”.