Futuro da Amazônia: um mutirão de brasilidade

Manda quem pode e desobedece quem tem juízo, diz o jargão dos insatisfeitos. O que se vê é um canibalismo financeiro disfarçado na caça às bruxas da isenção tributária, que escolheu Zona Franca de Manaus como bode expiatório da da tragédia fiscal do país. E contra os fatos, em clima de naufrágio das esperanças de tudo se ajeitar, não há argumentos. Os burocratas do sistema de arrecadação tributária só pensam naquilo. Conta outra! No próximo ano, embora a polícia e a justiça insistam em se manter vigilantes, é temporada de caça e captura votos, a moeda que a Democracia criou para legitimar a aristocracia política. E, dessa vez, os atores das velhas estratégias de exploração do erário vão pro tudo ou nada. Já sabem e sentem na pele que a opinião pública não suporta mais a prosopopeia da enganação. A ordem, portanto, é beliscar – no sentido da apropriação a qualquer custo – as oportunidades de confisco dos recursos existentes.

A fonte secou e o saco sem fundo do caixa comum não tem mais de onde espremer. Só nos resta o levante. E reafirmar o que fizemos com a isenção fiscal da ZFM, nesse vaivém da caça aos niqueis e banditismo editorial. Eles estão promovendo o anúncio da morte anunciada da economia e dos acertos do Amazonas, pretendida por alguns e dadas como fava contadas por seus algozes, coerentemente amparados pelo revanchismo de alguns signatários do poder político parlamentar e da mídia vulgarizada.

Por isso que prosperam debates sem pauta e discussão sem encaminhamento ou conclusão como o que ocorreu recentemente em Manaus. Eventos fabricados em comum acordo com um dos mais poderosos veículos de comunicação do país, em que foi anunciada e deteriorada a discussão do futuro da Amazônia. A folia se deu numa rápida farinhada, de apenas 24 horas. Para isso, as empresas que oferecem precários serviços de concessão municipal, água e luz, deram a contrapartida pecuniária. No final, bem de acordo com a estratégia do canibalismo fiscal, a ZFM foi demonizada, e responsabilizada pelo atraso e inviabilidade da bioeconomia, o Apocalipse final. Vade retro, Belzebu!

Ora, o Inpa investiga o potencial de oportunidades em coleções e inventários preciosos que já consumiram 65 anos. Só falta o Brasil se espreguiçar, arregaçar as mangas e começar a trabalhar. Não quer. Os arautos da cizânia provaram que os inimigos de nós mesmos estão aqui, na ilharga da omissão. Não importa a esses cavaleiros da agonia que o caminho mais coerente de fortalecimento, diversificação e adensamento do polo industrial de Manaus, o único de que dispomos. Eles tratam a coisa pública como extensão de seus propósitos e posses pessoais. Serão atropelados pelos novos tempos em que a necessidade da sobrevivência será maior que a prepotência e a dominação e a percepção equivocada do cabotinismo institucionalizado, onde não cabe a compreensão do espírito público, a grandeza moral de promover o bem da coletividade.

O ano termina com boas notícias. Os primeiros relatos do Pacto De Gestão entre UEA e USP, o Doutoramento Interinstitucional, antes de completar seu primeiro ano, em março de 2018, que começou a dar frutose, mais do que a qualificação de 22 doutores em Administração, surgem atores da Gestão da Amazônia, e isso começa a mostrar seus resultados. Os temas são de inovação, infraestrutura, retenção de recursos deP&D para adensar, diversificar e regionalizar a indústria, a bioeconomia e e tecnologia de informação de comunicação. Todos são temas prioritários. Formam-se gestores, com apoio da instituição mais respeitada em administração do Brasil, a USP.

E na sequência das boas novas, o setor privado da ZFM, no exercício de lúcido protagonismo, convida a FIPE, Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, orgulho da Instituição paulista, para ajudar a formular indicadores, com o DNA Amazônico, a demanda estatística de paradigmas de alta confiabilidade sobre o potencial de oportunidades de que dispomos. Resta saber quem vai endossar o movimento, emprestar sua colaboração, assumir seu papel decisivo na construção de um futuro que já começou nos corações, mentes e compromissos de quem quer navegar e escrever para o Amazonas, o Brasil, uma nova história, transparente, solidária e em mutirão. Por que não!

(*) Alfredo MR Lopes é filósofo e ensaísta.

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