Minoru na raia
Reitor da Universidade Federal do Acre (Ufac), Minoru Kinpara deverá disputar uma vaga no Senado da República pela Rede Sustentabilidade, partido criado pela ex-ministra Marina Silva, e ao qual ele se filiou no último dia 19, em evento no Villa Hotel Rio Branco, na Gameleira. Marina veio ao Acre exclusivamente para recepcionar o novo correligionário.
Reito Minoru Kinpara, que agora se prepara para concorrer a uma vaga no Senado Federal
Sem comparações
Kinpara – com o perdão do trocadilho – não quer ser comparado aos demais postulantes às duas vagas que estarão em jogo no ano que vem. No discurso de filiação à Rede, por exemplo, ele criticou a polarização entre governistas e opositores – o que evidencia a estratégia de descolar sua imagem dos demais pré-candidatos, todos calejados de tanto que já apertaram as mãos dos eleitores no passado.
Cartão de visita
A bandeira do reitor da Ufac, óbvio, será a educação, e seu cartão de visita, as realizações que operou no campus universitário.
Pedras no meio do caminho
Há, porém, dois empecilhos à sua pretensão de chegar ao Senado Federal: o primeiro deles é o discurso em defesa de um tema que já se mostrou ineficiente do ponto de vista eleitoral, haja vista o desempenho de Cristovam Buarque (PDT-DF) nas campanhas à Presidência da República. Sim eu sei, Buarque é senador e Kinpara não disputará a Presidência, o que não invalida o nosso raciocínio.
Campanha franciscana
O segundo obstáculo no caminho de Minoru foi revelado pela presidente da Rede, que se referiu a uma campanha “franciscana” do partido em todos os Estados do país. Como se sabe, dinheiro não traz felicidade, mas decide eleições – sobretudo por estas bandas, onde se estima que 42% da população dependam do Bolsa Família.
Fatores favoráveis
Não obstante os percalços para quem se filiou à Rede na última hora – o que pode até soar como casuísmo político –, Kinpara tem muito a contribuir no debate eleitoral de 2018. Sem qualquer mácula no currículo, ele conta com a possibilidade de crescimento nas pesquisas por não sofrer a rejeição natural àqueles que foram às urnas repetidas vezes. Sem falar no reconhecimento de sua competência administrativa à frente da Ufac.
Homem de vasta cultura
Minoru Martins Kinpara é graduado em Pedagogia e Letras Inglês pela Ufac, mestre e doutor em Educação pela Universidade Estadual de Campinas – sendo que este último título se equivale ao PhD adotado pelos norte-americanos mais cultos. Além disso, o pré-candidato ao Senado pela Rede possui pós-doutorado pela Universidade de Salamanca, na Espanha.
Lista pessoal
Colegas de profissão, que como este colunista se encarregam da árdua – e por vezes presunçosa e malsucedida – tarefa de reportar e interpretar os fatos políticos, têm elaborado listas pessoais de pré-candidatos do PT com chances de conquistar ou manter uma cadeira na Assembleia Legislativa do Acre.
Roleta
As apostas sobre os prováveis eleitos são feitas a partir do desempenho do postulante que já ocupa cargo na Aleac ou na Câmara de Vereadores da Capital – e quando se trata de secretários de governo, o critério é quase sempre o tamanho do orçamento que o dito-cujo comanda.
Lacunas
Em meio às previsões, das quais ora discordo e ora sou obrigado a concordar, os colegas têm ignorado alguns gestores de órgãos de menor expressão na administração pública estadual, mas que em compensação fazem um trabalho que os coloca em contato direto com a população da capital e do interior.
Apenas um nome
Cito, por exemplo, o diretor-presidente do Instituto de Terras do Acre (Iteracre), Nil Figueiredo, cujo trabalho de regularização fundiária e entrega de títulos definitivos de propriedade de terras mereceu elogios públicos do governador Tião Viana e tem sido festejado por dezenas de milhares de beneficiados.
Nil Figueredo é um nome forte para a disputa eleitoral em 2018/Foto: reprodução
Dimensão
Por telefone, Nil Figueiredo confirmou sua disposição de concorrer a uma cadeira na Aleac. E no site do Iteracre consta que o órgão – que conta com orçamento reduzido e escassez de pessoal – já entregou mais de 60 mil títulos a proprietários de lotes urbanos e áreas rurais.
Questão de lógica
Sem querer subestimar a força política dos medalhões do PT no Acre, mas Nil Figueiredo não pode ser desconsiderado no jogo, por algumas razões. Além do reconhecimento por sua gestão eficiente, ele tem a vantagem de ser uma pessoa simples, acessível, respeitosa e sempre cordata – atributos que faltam à maioria dos secretários de Tião Viana e que o eleitor leva em consideração na hora de votar.
Direito conquistado
E após comandar o processo de regularização fundiária que beneficiou mais de 60 mil famílias, Nil conquistou o direito de figurar em qualquer lista de prováveis “elegíveis” da chapa petista.
Reflexão sensata
Coerente a consideração do colega Salomão Matos, que recentemente passou a assinar coluna ao lado desta Pimenta no Reino. O futuro político do prefeito Marcus Alexandre (PT), graças à investigação em que figura como suspeito de participar de um suposto desvio milionário de recursos destinados a estradas no Acre, o põe em pé de igualdade com o ex-presidente Lula.
Crível
Quanto à afirmação de Matos, segundo a qual o impedimento de Marcus Alexandre em disputar a eleição abriria as portas a Ney Amorim para que dispute o governo é outro raciocínio perspicaz e verossímil.
Beco sem saída
Acrescente-se ao imbróglio petista que já não restam nomes capazes de herdar, tanto no plano local quanto no nacional, o espólio político de Luiz Inácio e dos irmãos Viana – em especial o de Jorge, já que Tião tem feito uma gestão ineficaz e cada dia mais desaprovada pelo eleitor.
Superpoderosas
A matéria publicada neste portal retratando a euforia das dirigentes do PTB no Acre – a presidente Charlene Lima e a secretária-geral Wânia Pinheiro, ambas pré-candidatas à Aleac e à Câmara Federal, respectivamente –, graças a um vídeo gravado pelo mandachuva do partido, o ex-deputado Roberto Jefferson, mostra que as mulheres ganham cada vez mais espaço na política.
Ressalva
O texto, na opinião deste colunista, só pecou por não ter feito uma referência histórica: graças a Roberto Jefferson, os brasileiros conheceram a face de um partido que instrumentalizou o Estado e interferiu na economia nacional para se manter no poder. Jefferson, portanto, acendeu a luz vermelha, a qual foi ignorada pela maioria dos eleitores, em especial aqueles pendurados nos programas eleitoreiros dos governos Lula e Dilma.
Jornalismo é História
A denúncia contra o mensalão não foi um episódio qualquer, daí a obrigatoriedade de ter sido rememorada. Roberto Jefferson antecipou o desastre que nos fez despencar duas posições no ranking das maiores economias do globo, prejudicou gravemente a receita de uma das maiores empresas petrolíferas do mundo, pulverizou empregos, faliu empreendimentos e empurrou de volta à pobreza mais de 6 milhões de brasileiros.
Secretário ou cabo eleitoral?
Moradores de Cruzeiro do Sul andam confusos com o papel do secretário de Segurança Pública do Estado, Emylson Farias, pré-candidato a vice-governador na virtual chapa encabeçada por Marcus Alexandre. Acuado pela violência desmedida, o cidadão cruzeirense já não sabe distinguir se Emylson, sempre que visita o município, está ali na tentativa de resolver os graves problemas da criminalidade ou apenas cabalando votos em favor do aliado petista.
O cidadão cruzeirense já não sabe distinguir se Emylson, sempre que visita o município
