Pra inglês ver
O governador Tião Viana (PT), em conversa com a imprensa na Casa Rosada, se mostrou exultante com a suposta queda no número de assassinatos no Estado nos últimos dias de dezembro, conforme afirmou. Apesar da euforia, Tião não apresentou os dados oficiais que comprovassem sua versão.
Peroração
Baseia-se em quais informações, evidências ou fatos o governador petista para assegurar que há menos crimes contra a vida nos últimos dias deste mês, em comparação aos dias anteriores? Tal imprecisão remete à suspeita de que Tião tenta falsear a realidade, em desrespeito às famílias dos mortos e também aos que temem figurar nas estatísticas mantidas a sete chaves.
Pior ainda
Mais grave que desconfiar que o governador falta com a verdade ou fala com base na própria intuição, é constatar que a suposta queda no número de assassinatos lhe seja motivo de satisfação.
Mais que um deslize
Certamente Tião Viana não tenha se dado conta – como talvez não se deram também os jornalistas presentes ao encontro –, mas comemorar “menos” homicídios em um Estado pequeno como o Acre vai além de se cometer uma gafe – trata-se da mais cristalina admissão da ineficiência do governo em garantir a segurança do cidadão.
Nem uma coisa nem outra
Só mais um detalhe: falar do assunto sem expor os índices da violência é como acreditar que a ocultação dos dados sobre a criminalidade seja suficiente para suprimi-la. Nem Tião Viana é tão esperto ao ponto de nos enganar com esse artifício, nem nós somos tão idiotas pra acreditar na existência de elfos, fadas e duendes.
Imagem polêmica
A foto publicada nas redes sociais que retrata a ex-senadora e pré-candidata à Presidência da República Marina Silva em visita à irmã, Maria de Jesus, no bairro Cidade Nova, na capital acreana, causou comoção entre internautas.
Críticas e elogios
Houve quem criticasse Marina por não ter socorrido a irmã, obrigada a morar em um imóvel cuja precariedade é o testemunho maior de sua pobreza. Outros, ao contrário, vislumbraram a decência daquela que ocupou cargos relevantes na República e nem por isso lançou mão deles – como fez Lula – para beneficiar os parentes.
Abstenção
Esta coluna se abstém de formular qualquer juízo de valor sobre o debate que mobilizou as redes sociais em torno da ex-senadora. Sabe-se porém, que Marina fez carreira e ganhou projeção mundial em defesa da Amazônia, mas acabou por escolher a opulenta capital paulista para viver, na condição de inquilina de um dos bairros mais nobres da cidade. Tampouco a julgaremos por essa escolha.
A questão é outra
O problema da ex-senadora, na opinião deste colunista, foi a sua vergonhosa veleidade durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Aos fatos.
Dois discursos sobre o mesmo tema
Em dezembro de 2015, o seu partido (Rede Sustentabilidade) divulgou nota contra o afastamento de Dilma. A própria Marina deu declarações à imprensa condenando o procedimento. Já em agosto, às vésperas da votação no Senado, quando tudo indicava que Dilma seria guilhotinada, Marina passou a dizer-se a favor da cassação.
Mudança suspeita
Ora, nenhum dado novo apareceu entre a data da autorização de abertura do processo de impeachment, na Câmara dos Deputados, e a conclusão do relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), que recomendava a cassação da ‘presidenta’. Só o que mudou foi a opinião de Marina, em conformidade com o que desejava a maioria do povo brasileiro.
Tô nem aí
Não importam quantos chás de maracujá a presidenciável da Rede tome na varanda da casa humilde da irmã, nem quantas vezes repita ter trocado as ‘velhas práticas’ do PT pela ‘nova política’ da Rede.
Esquerda camuflada
Diga ou faça o que for, dona Marina encarna a esquerda que nos afundou na crise e nos roubou, no mínimo, uma década de progresso socioeconômico. Ela não me convence quanto à honestidade ideológica mesmo que camuflada por jacarandás, seringueiras, buritis ou sob a pele de ariranhas ou capivaras.
Pra encerrar
Afinal, não dá pra ter apreço por político que muda de ideia sobre fatos que não se alteram, mas mobilizam a opinião pública como aconteceu com a deposição de Dilma Rousseff.
Declaração infeliz
Prefeito de Cruzeiro do Sul, Ilderlei Cordeiro (PMDB), declarou em entrevista à TV Juruá sentir “vergonha morara em Cruzeiro do Sul”, graças ao lixo que se acumula nas vias públicas.
Mais imposto
A afirmação decorreu de um questionamento sobre o projeto do Executivo que impõe aos moradores uma taxa pelo recolhimento do lixo, aprovado pela Câmara de Vereadores nesta semana. A prefeitura não informou o valor exato da nova contribuição mensal, mas a imprensa da região estima que ela deva variar entre R$ 25 e R$ 35.
Protesto
Na última quinta-feira (21), dezenas de pessoas protestaram, na sede da Câmara de Vereadores, contra o novo imposto.
Centro das atenções
Nos últimos dias, Ilderlei esteve sob os holofotes graças a iniciativas como a nova taxa de lixo e também por fazer declarações como a que foi publicada em seu perfil no Facebook, na qual acusa jornalistas de tentativa de extorsão.
Quem avisa…
No ritmo em que conduz a prefeitura cruzeirense, Ilderlei Cordeiro tem tudo para se tornar uma ameaça ao aliado Gladson Cameli, pré-candidato ao governo do Acre pelo Progressista.
