Um vídeo cedido pelo Ministério Público mostra um dos 3 policiais civis presos nesta quarta-feira (13), em Rio Claro (SP), extorquindo uma mulher. Confira o vídeo acima. As vítimas eram pessoas que tinham passagens criminais e se tornavam mais vulneráveis, segundo a investigação.
A operação ‘Abutre’, resultado da apuração de denúncias de extorsão contra policiais, apreendeu R$ 16,5 mil em dinheiro, extratos de movimentação financeira, comprovantes de depósitos e investimentos com valores ultrapassando a marca de R$ 300 mil.
Os advogados dos policiais presos não foram localizados pela EPTV, afiliada da TV Globo, para comentar o assunto.
Vídeo flagra extorsão
Nas imagens, a mulher desce do carro para buscar a filha na escola. Logo depois uma viatura da polícia passa e dela sai o investigador Antônio Carlos Goes.
Ele atravessa a rua e fica esperando a mulher voltar com a criança. Em seguida, ele a aborda na calçada e os dois conversam rapidamente. O investigador entra no banco do passageiro e o carro sai.
Dinheiro para não ter problemas
O promotor do Gaeco de Piracicaba Alexandre Andrade Pereira afirma que o homem pediu dinheiro para que ela não tivesse problemas com a polícia.
“As vítimas de uma extorsão policial têm uma característica, que é já ter passagem policial, porque isso acabava as tornando mais vulneráveis para esse tipo de crime. [Os policiais podem falar:] eu vou forjar o flagrante, vou pedir sua prisão. Pode ser qualquer coisa que pode ser entendida pela vítima como injusta, mas aquela autoridade, em razão da função e por conta do histórico da vítima, tem condições de cumprir”, explicou o promotor.
Os outros dois policiais presos são José Luís Palata e Cláudio Ferraz de Campos Moreira. Segundo o delegado, um dos três policiais já tinha passagem por corrupção e lavagem de dinheiro.
Ameaças e denúncia
Segundo o MP, a vítima pagou R$ 15 mil em dinheiro, mas os policiais queriam mais e continuaram as ameaças. A família então denunciou o caso que terminou na prisão de três policiais civis, um deles da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise).
Todos foram ouvidos no Fórum de Rio Claro. O local para onde eles foram levados não foi divulgado.
“Chama a atenção pelos valores que nós encontramos, mas essa investigação e essa verificação da evolução patrimonial a gente vai fazer com mais calma, no tempo devido”, disse Pereira.
Arquivo de operação apreendido
Também foi apreendido um arquivo de uma operação do MP que desmantelou uma quadrilha de estelionatários na região. “A gente pretende aprofundar essa investigação e saber se exista algum vínculo entre a organização criminosa que nós deflagramos na operação Fumaça e as prisões dos investigados na presente data”, concluiu o promotor.