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Com filiação de Bolsonaro, presidente do PSL no Acre anuncia saída do partido: “não compactuo”

Por REDAÇÃO CONTILNET

O deputado Jair Bolsonaro anunciou na sexta-feira (5),sua filiação ao Partido Social Liberal (PSL). Com isso, Bolsonaro passa a ser o pré-candidato  à Presidência da República pelo partido nas próximas eleições . Este anuncio parece ter pego de surpresa algumas lideranças partidárias entre elas os presidentes regional e estadual do PSL, Rodrigo Pires e Emerson Jarude respectivamente.

Diante disso, Pires emitiu uma nota afirmando que deixa o partido. O presidente diz que não compactua com “um projeto autoritário, sem nenhum conhecimento de gestão administrativa”.

Rodrigo Pires/Foto: reprodução

Veja a nota na íntegra:

Mesmo tendo seu início fragilizado, a democracia trouxe a nação a possibilidade da liberdade através do voto. Com o passar dos anos vimos nossa república mergulhar em escândalos e projetos de poder.

Tomado pela iniciativa de contribuir com nosso país, além de ir para as ruas protestar, pela primeira vez me filei a um partido político. Tudo isso porque me identifiquei com a ideologia e fundadores do LIVRES, não do PSL. Acreditei que com coragem e somando forças seríamos capazes de romper a velha política.

Com grupos ramificados em 12 estados da federação, fomos convidados a permanecer no partido. Sou grato por isso, mas não compactuo com um projeto autoritário, sem nenhum conhecimento de gestão administrativa do meu estado e país. Por isso, saio da mesma maneira que ingressei, sem nenhum cargo no governo, sem benesses, sem nunca ter custado valor algum ao contribuinte por politicagem.

Vamos fazer uma transição partidária honesta, justa e digna, como todos os homens e mulheres de fé pública devem fazer. Não é todo dia que podemos sair de um partido com orgulho. Os partidos passam, os mandatos também, mas o Acre permanece e as relações com as pessoas também.

Quero agradecer todas as pessoas que tive o privilégio de conviver neste período, no qual respeitei e fui respeitado. Não tripudiei, expulsei ou sacrifiquei alguém para promoção do partido. Todos os mandatos conquistados foram antes da minha posse como presidente e em outra base política, por isso, assegurei até a janela eleitoral a permanência dos mandatos.

Conversei com todas as alas políticas e pré-candidatos ao Governo, convivi com a democracia, porém, fomos vítima da fragilidade dela, que de fato precisa de uma reforma eleitoral.

Jair Bolsonaro, que faz da sua pré-candidatura mais um projeto de poder, apenas usou um partido como PEM/Patriotas, fazendo mudanças como a troca de nome, exposição em programa eleitoral nacional, mudanças nos diretórios, e quando percebeu que não atendia suas vaidades, foi assediar outros. Infelizmente, o erro maior foi do presidente da sigla, Luciano Bivar, que optou em não seguir o projeto PSL/Livres e acabou barganhando por um projeto de poder pessoal, pela Vice-Presidência da República.

Diante disso, percebemos que projetos pessoais sempre acabam assumindo a linha de frente, deixando para trás o desejo da mudança em grupo. É lamentável. Neste período, tivemos a oportunidade de conhecer muitos heróis desse gênero, salvadores da pátria sem grupo com projetos de poder individuais.

Precisamos aprimorar nossos ideais, buscando menos vaidade e aumentando o grau de comprometimento com coletivo.

Desejo sorte aos dois. Se a velha política não nos conquistou é porque ela não nos derrotou.
Em 2018 muito além de eleições, seguimos pelo Acre!

Livres pelos nossos valores. Coragem!

Rodrigo Pires

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