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Como vai ser o raro eclipse de ‘superlua azul de sangue’ em 31 de janeiro

Por BBC BRASIL

Uma rara coincidência de fenômenos celestes ficará visível no céu de algumas partes do mundo nesta quarta-feira (31): um eclipse total lunar, uma superlua, lua azul e a chamada lua de sangue.

Segundo a Nasa, essa coincidência fará do 31 de janeiro um dia “especial”. “É a terceira de uma série de ‘superluas’, quando a Lua está mais perto da Terra em sua órbita – algo conhecido como perigeu – e cerca de 14% mais brilhante do que o normal”, diz comunicado da agência espacial americana.

Superlua em dezembro de 2017 em Washington; aparência avermelhada é efeito das partículas da atmosfera terrestre | Foto: Nasa

“É também a segunda lua cheia do mês, (fenômeno) conhecido como ‘lua azul’. E a superlua vai passar pela sombra da Terra, com um eclipse total. Enquanto a Lua estiver na sombra terrestre, terá um aspecto avermelhado, algo conhecido como ‘lua de sangue’.”

Aqui no Brasil, porém, só conseguiremos ver a superlua, explica à BBC Brasil Claudio Bevilacqua, astrônomo e físico do Observatório Astronômico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A quase totalidade da América Latina e a maior parte da África e da Europa Ocidental também estão na zona que não conseguirá ver o eclipse, tanto pelo fuso horário quanto pela órbita terrestre.

“A posição da órbita da Lua é mais favorável à visualização no hemisfério Norte. (O eclipse com lua avermelhada) vai ser visto na Ásia e na costa oeste dos EUA”, diz o especialista.

A região ideal para ver essa rara combinação é justamente no oeste americano, informa a Nasa. E trata-se de algo bastante raro: a última ocorrência de um eclipse total de “superlua azul de sangue” nos EUA foi há cerca de 150 anos, em março de 1866.

A Nasa transmitirá a raridade pela internet, pelo perfil @NASAMoon no Twitter e pelo site nasa.gov/live.

A seguir, os detalhes sobre cada um desses fenômenos que ocorrerão simultaneamente:

Superlua
O termo se refere à Lua cheia no ponto mais próximo em sua órbita ao redor da Terra. Essa proximidade faz com que a Lua aparente ter tamanho maior.

“Quando a Lua aparenta de 10% a 15% maior, a mudança é considerável e visível a olho nu”, explica à BBC Mundo (serviço em espanhol da BBC) Francisco Diego, professor de astronomia da University College London.

A superlua de 31 de janeiro será a terceira de algo que a Nasa chamou de “trilogia de superluas”, já que essa ocorrência foi registrada também em 3 de dezembro de 2017 e 1º de janeiro de 2018.

Lua azul
“A superlua será, além disso, a segunda lua cheia que teremos em janeiro”, afirma Diego.

“Trata-se de um mês com duas luas cheias. Quando isso ocorre, é chamado de lua azul.”

Eclipse lunar
Neste 31 de janeiro, a Terra, o Sol e a Lua vão se alinhar, provocando um eclipse lunar total.

Na América do Norte, o eclipse será visível antes do amanhecer de 31 de janeiro.

Também ficará visível na Ásia, Austrália, Nova Zelândia e no leste da Rússia. Mas não na maior parte da América do Sul, da África e da Europa Ocidental.

Lua de sangue
Superlua vista no Cazaquistão em 2016; fenômeno passou a ser chamado de “lua de sangue” | Foto: Nasa
Os observadores do eclipse verão uma grande Lua de cor avermelhada, a chamada “lua de sangue”.

Isso, explicam os especialistas, se deve ao efeito da atmosfera terrestre.

“Quando a Lua está dentro da sombra da Terra, com o Sol completamente bloqueado da superfície lunar, os raios solares se curvam ao passar pela atmosfera terrestre”, explica a Nasa.

“A atmosfera age como uma lente e curva o raio a ponto de que os nasceres e pores de sol (de luz vermelha e laranja) iluminam a Lua. Cada eclipse lunar é diferente. As cores variam de laranja claro ao (temporário) desaparecimento completo da Lua no céu.”

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