Falta de atitudes simples, como combater o mosquito e não se vacinar contra a doença, alertam autoridades para ressurgimento de vírus na cidade.
A última epidemia urbana da febre amarela foi no Acre, em 1942. Pode parecer muito tempo, mas há hoje certa preocupação de que a situação se repita.
Mesmo não registrada no Brasil há mais de 70 anos, com a vacina, seu retorno é muito difícil – mas não impossível, alertam especialistas. Foi no início do século passado quando o governo federal criou um plano de erradicação do Aedes aegypti – transmissor da febre amarela nas áreas urbanas, tornando a vacinação obrigatória e eliminando o mosquito.
“O vírus desapareceu das cidades, mas sobreviveu nas matas. Ele conseguiu se adaptar aos mosquitos silvestres Haemagogus e Sabethes, que se alimentam do sangue dos macacos. Se esses insetos picam um macaco infectado e depois um humano não vacinado, podem transmitir o vírus”, explica o coordenador estadual de controle de vetores , Mauro Lúcio Rosário.
A preocupação de autoridades e cientistas, é que a forma silvestre de transmissão da febre amarela possa se reurbanizar.
“Pode estar longe de acontecer, mas não é uma situação impossível. Se uma pessoa contaminada por um mosquito silvestre for picada por um mosquito urbano – no caso o Aedes aegypti ou o Aedes aubopictus – esse inseto também se tornará transmissor da febre amarela”, complementa.
“A vacinação é obrigatória, representa o combate à febre amarela. Uma dose completa torna imune a pessoa para o resto da vida. Em regiões endêmicas, como é o caso do Brasil, não é mais distribuída dose fracionada”, ressalta.
Para combater o mosquito, a recomendação é sempre a mesma: impedir que ele nasça, eliminando criadouros.
Falta de atitudes simples, como combater o mosquito e não se vacinar contra a doença, alertam autoridades para ressurgimento de vírus na cidade.
Sesacre tranquiliza
Em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), a ContilNet traz notícias para tranquilizar a população acreana.
A assessoria informou que o Acre não aparece na possível rota do vírus e que não há até o momento nenhum caso identificado no estado. O último paciente confirmado com febre amarela no Acre foi diagnosticado em 1942, ainda assim as vacinas se encontram disponíveis nos postos de saúde de forma continuada.
É importante ressaltar que a vacina para febre amarela é de dosagem única, ou seja, quem já foi vacinado alguma vez na vida contra o vírus não tem porque se preocupar em repetir a dose.
“Não há plano de vacinação porque não é necessário. Nos estados citados há um surto da doença, mas no Acre o último caso confirmado foi em 1942. Ainda assim, a vacina é continuada e está disponível nos postos de saúde, mas a população pode ficar tranquila, já que o Acre não está na rota do doença”, afirmou a assessoria.