Na tarde desta terça-feira (30) a Coopserge reuniu seus associados no Teatro Plácido de Castro para definir um posicionamento em relação aos meses de salários atrasados prevenientes do não pagamento por parte de secretarias do Estado.
Com quase 200 cooperados presentes, o superintendente José Roberto Araújo começou se discurso deixando claro que a direção havia convocado a reunião não para impor ou idealizar posições, mas para acatar o que fosse decidido pela maioria dos presentes e encaminhar às secretarias de todo o estado, nas quais a cooperativa presta serviço.
“Estamos aqui para mostrar em dados a real situação da dívida do Estado com a Coopserge e perguntar a vocês, nossos colaboradores, que caminho devemos tomar a partir daqui”.
De acordo com as informações repassadas em um telão, existem pelo menos 426 cooperados com a situação salarial irregular, onde o atraso varia de 30 dias até três meses sem o devido pagamento. Mais de 15 instituições estaduais foram citadas como devedoras, nas quais pelo menos oito contratos já contam com quase 90 dias de atraso.
“Estamos há mais de dezoito anos contribuindo com a história do nosso estado, Pagamos nossos impostos e cumprimos com nossas obrigações. O que estamos pedindo aqui é respeito. O diálogo com o Governo está cada vez mais distante e até o momento tudo que conseguimos foi uma vaga promessa. Os cooperados têm se sacrificado em prol de garantir serviços básicos sem ganhar nada em troca”, ressaltou.
Amparados pela lei 8666/93, que trata dos contratos com a administração pública, e inflamados pelo sentimento de indignação, os cooperados ensaiaram um coro e clamaram por uma paralisação geral dos serviços até que os pagamentos sejam regulamentados.
“A partir do fim do expediente desta quarta-feira (31) nós completaremos 90 dias sem receber em alguns contratos. Com isso, estaremos respaldados juridicamente para realizar uma paralisação dos serviços prestados e gerar um choque de realidade na administração do Governo”, informou a presidente Ozanira Rodrigues.
A pedido dos cooperados, ficou acertada a paralisação dos serviços prestados por meio dos contratos que encontram-se com pagamentos atrasados de 90 dias. Aos demais contratos que encontram-se com 60 dias atrasados, uma paralisação parcial foi sugerida, onde os terceirizados realizarão os serviços acertados de acordo com o contrato e irão pra casa, sem necessidade de completar todo o expediente.
Além disso, a categoria decidiu que caso o Governo não sinalize positivamente ou dê um posicionamento a respeito dos pagamento até a próxima sexta-feira (2), um manifestação será realizada com membros da cooperativa e familiares em frente a Casa Rosada.
“Nós mostraremos para eles que não podemos ser ignorados. Temos nosso valor e não vamos mais abaixar a cabeça. O governo é quem tem que ter medo do povo e este ano mais do que nunca, precisarão de nós”, disse uma das cooperadas.