Operação no Jacarezinho em busca de suspeitos pela morte de policiais deixa três mortos no Rio

Uma grande operação da Polícia Civil na comunidade do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, na manhã desta terça-feira (30), deixou três suspeitos mortos e outros sete suspeitos presos. Os agentes visam cumprir mandados de prisão contra traficantes e suspeitos de homicídios, entre eles os criminosos apostados como responsáveis pelas mortes do delegado Fábio Monteiro e do policial Bruno Guimarães Buhler, conhecido como Bruno Xingu.

Policiais caminham em direção a comunidade do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio (Foto: Reprodução/ TV Globo)

O delegado foi morto e o corpo encontrado na mala do seu carro, no início desse mês, na comunidade do Jacarezinho. Xingu era lotado na Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e morreu após ser baleado em agosto do mês passado durante uma operação realizada na comunidade.

A operação começou por volta das 6h30 e logo na chegada dos policiais foi possível ouvir fogos de artifícios, que normalmente são usados por criminosos para avisar aos comparsas sobre a chegada da polícia na favela. Um intenso tiroteio ocorreu assim que os agentes entraram na comunidade. Ao longo da manhã, diversas trocas de tiros ocorreram na comunidade.

São mais de 300 agentes participando da ação, que conta com a participação de equipes especializadas como a Divisão de Homicídios (DH) e a Delegacia do Combate às Drogas (Dcod).

Por causa da operação, o espaço aéreo no Rio ficou fechado pela manhã para o tráfego de helicópteros e aeronaves. Apesar da restrição, os aeroportos Santos Dumont e Tom Jobim operavam normalmente nesta manhã.

A morte do delegado
Por volta de meio-dia de sexta-feira (12), o delegado Fábio Monteiro assumiu o volante do carro de uma amiga, um Cobalt preto. Saiu da Cidade da Polícia, localizada diante da favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, onde estava de plantão, para almoçar. Seguiu cerca de 300 metros pela Avenida Dom Helder Câmara e entrou à direita, na localidade conhecida como Buraco do Lacerda. Já na rua Bráulio Cordeiro, próximo ao número 50, tentou fazer um pequeno trecho da rua na contramão da via. Ali, foi abordado por homens armados com pistolas.

Delegado Fábio Monteiro era instrutor da Polícia Civil (Foto: Reproduções/ Redes Sociais)

De acordo com depoimentos de testemunhas à DH, Fábio Monteiro chegou a tentar despistar os criminosos: “Sou motorista”, disse o delegado, com o vidro abaixado.

Acelerou o veículo por cerca de dez metros e já na Rua Camboriú, próximo ao número 61, quase em frente a um lava-jato, foi parado. Saiu do carro e mandou que a amiga corresse dali. Segundo um investigador, neste momento, o delegado Fábio Monteiro foi identificado como policial. Levou um primeiro tiro na perna. Depois foi executado com vários tiros: pelo menos cinco tiros nas costas e um na cabeça.

Policial era exímio atirador
Bruno era lotado na Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil. Ele foi baleado no pescoço e socorrido no Hospital Geral de Bonsucesso. Segundo a unidade médica, a equipe que o atendeu realizou todos os procedimentos para reanimação, porém, sem sucesso. O policial morreu após uma parada cardíaca.

Em nota, a Polícia Civil informou que Bruno foi admitido na corporação em 2010 e desde 2014 estava na Core, a tropa de elite da Instituição. Apelidado de Xingu, ele foi classificado pela corporação como “um exímio atirador”.

A Polícia Civil prestou solidariedade à família e aos amigos de Bruno, destacando o reconhecimento dado ao agente pelos sete anos dedicados ao trabalho policial. “Guerreiro-Herói: você viveu e morreu combatendo o bom combate”.

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