19 de abril de 2024

Pacientes renais crônicos estão morrendo na fila de espera por falta de medicamentos

O presidente da Associação dos Pacientes Renais Crônicos e Transplantados do Acre (APARTAC), Vanderli Ferreira, procurou a reportagem da ContilNet e denunciou que pacientes estão morrendo na fila de transplantes no Hospital das Clínicas em Rio Branco, porque faz 2 anos o Governo do Estado não compra os medicamentos necessários para os procedimentos de hemodiálise.

Vanderli Ferreira/Foto: Reprodução

Ferreira denunciou ainda que as cirurgias de transplantes de rins, por exemplo, também estão suspensas no Estado faz três meses, porque faltam medicamentos que evitem a rejeição do paciente que vai receber o órgão.

“Esta semana o Hospital das Clínicas recebeu dois rins de doadores. Mas os acreanos pacientes que estão aqui na fila de espera não tiveram condições de receber. Sem o remédio de nome Metilprednisoloma, os médicos não se submetem a fazer o transplante, porque o risco de rejeição do órgão é muito grande. Felizmente os rins não se perderam e foram levados de avião para o Banco Nacional de órgãos e outras pessoas em outro Estado devem receber a doação. Pelo menos isso”, diz Vandeli.

Em todo o Acre, segundo Vanderli, são 67 pacientes aguardando pelo transplante de rins e outros 500 que fazem tratamento de hemodiálise em Rio Branco e Cruzeiro do Sul, no Vale do Juruá.

TRÊS ÓBITOS NO MÊS PASSADO

Segundo relata Vanderli, outro medicamento, o Sacarato de Hidrogênio Feérico, que serve para diminuir os efeitos colaterais nos pacientes com baixa imunidade, administrado enquanto passam pelo procedimento de diálise durante as sessões, também está em falta e isso faz dois anos.

“Para esse governo do PT a vida não vale absolutamente nada”, disse o líder/Foto: Reprodução

O mais absurdo, relata Ferreira: “Três pacientes que faziam as sessões sem essa medicação foram a óbito no final do ano passado [dezembro de 2017]. Parece brincadeira, mas essa medicação, o Sacarato, custa para o Estado, que comprava em grandes quantidades, somente R$ 5 reais a ampola. Enquanto esse governo fica aí construindo um Lago do Amor, por R$ 2 milhões, vidas humanas estão se perdendo. Para esse governo do PT a vida não vale absolutamente nada, meu amigo!”, lamenta o presidente da associação.

OUTRO LADO

Desde de quinta-feira (25) a nossa reportagem tenta conseguir uma reposta do Estado para falar sobre o problema da falta de medicamentos no setor de nefrologia do Hospital das Clínicas de Rio Branco.

Em contato com o assessor de comunicação da secretaria de saúde (Sesacre), Leônidas Badaró, este disse desconhecer o problema e que o secretário da pasta, Gemil Junior, iria se pronunciar tão logo tomasse conhecimento do problema.

No entanto, embora Badaró tenha pedido a nossa reportagem a discriminação dos medicamentos que estão faltando, para agilizar na resposta da denúncia (o que foi atendido), até a manhã desta sexta-feira (26), o assessor da Sesacre não fez mais qualquer contato com a reportagem da ContilNet.

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