A perseguição do Governo do Estado via Secretaria de Saúde do Estado do Acre (Sesacre) ao ex-presidente do Sintesac, João Batista Ferreira dos Santos, tem causado comoção e revolta entre os servidores do Hospital de Urgência e Emergências de Rio Branco (Huerb) e junto aos demais sindicatos acreanos. A transferência atingiu ainda a enfermeira Maria de Jesus, transferida para a UPA do 2° Distrito.
Na sexta-feira (12), às 8h30, o Sintesac, com o apoio de vários outros sindicatos, promove um ato de desagravo aos enfermeiros perseguidos. A manifestação será realizada no Huerb.
Remoção depois de 25 anos no Huerb
João Batista é enfermeiro e está no Pronto Socorro do Huerb há quase 25 anos ininterruptos, onde foi maqueiro e depois enfermeiro concursado, atuando atualmente na emergência de trauma hortopédico. Além disso, ele é representante da Federação dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde da Região Norte (Feesnorte) no Acre.
Contudo, tão logo o sindicalista deixou a presidência do Sintesac e manteve sua atividade de líder, continuando as denúncias dos desmandos governamentais, ele foi transferido para o Hospital de Saúde Mental do Acre (Hosmac).
Diretores do Sintesac protestam
“Foi uma forma de tentar calar uma voz que não concordava com os desmandos e a falta de condições de atendimento no hospital. Não foi uma medida técnica, mas política, de pura perseguição a um lutador”, disse Adailton Cruz, presidente do Sintesac.
Para Francinete Barros, secretaria geral do Sintesac, foi uma medida mesquinha e de puro medo da liderança que João Batista tem junto aos colegas da Saúde: “João é um cara ponderado, mas sem medo de enfrentar os desmandos e sempre lutou pelos direitos dos trabalhadores e pela melhoria no atendimento ao público”.
Perseguição teria motivo político
O próprio João Batista relatou ter sido pego de surpresa: “Fui notificado por telefone, onde me mandaram me apresentar no Hosmac. Eu ainda busquei saber os motivos e a resposta foi por estarmos fazendo muito barulho no Huerb. Mas isso não vai nos derrubar. Vamos atuar de forma ainda mais firme em defesa dos servidores e dos usuários do Sistema Único de Saúde [SUS]”.
Apesar de não ser oficial, a remoção dos servidores teria sido para atender uma ordem do secretário de Saúde, Gemil Junior, também pretenso candidato a deputado estadual, assustado com a liderança de João Batista junto aos servidores e população.