20 de abril de 2024

Acusados de matar indígena com apenas 1 ano de vida são condenados a 61 anos de prisão

Acusados de assassinar o indígena Cirleudo Cabral Monteza Manchineri, de apenas 1 ano de idade, Jonhatan Cristofer Souza Rezende e Romário Pereira da Silva foram condenados na última sexta-feira (23) após julgamento ocorrido na Comarca do Fórum Desembargador Vieira Ferreira, em Sena Madureira.

Jonhatan Rezende (sem camisa) e Romário da Silva, condenados na última sexta-feira (23). Foto: Reprodução

O julgamento foi presidido pelo juiz Fábio Farias, tendo ainda a atuação do Promotor de justiça Júlio César de Medeiros e de duas defensoras públicas de Rio Branco.

Somadas, as penas cravam exatamente 61 anos de prisão. Jonhatan Cristofer Souza Rezende foi condenado a 33 anos, enquanto que Romário Pereira da Silva recebeu 28 anos de reclusão. O juiz Fábio Farias determinou que, inicialmente, as penas sejam cumpridas em regime fechado.

O CRIME

De acordo com relatório emitido pela justiça, a morte do indígena Cirleudo Cabral Monteza Manchineri, 01 ano, ocorreu no dia 27 de março do ano passado, por volta das 21:30 horas. Naquela data, a família da vítima tinha descido da aldeia São Paolino, rio Purus, em uma embarcação, com a meta de resolver algumas questões na zona urbana de Sena Madureira. No momento em que a canoa estava ‘encostando’ no porto da Feira Livre dos Colonos os disparos foram efetuados.

A criança estava dormindo nos braços da mãe e foi ferida com um tiro certeiro na testa que provocou sua morte na mesma noite. As investigações concluíram que Jonhatan Cristofer e Romário Pereira estavam guarnecendo aquela área por determinação de uma facção criminosa e efetuaram os tiros ao imaginar que dentro da embarcação estariam integrantes de uma facção rival.

A denúncia ofertada pelo Ministério Público atestou que o crime foi praticado por motivo fútil e com recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Diante de todas as provas colhidas e apresentadas em juízo, o promotor Júlio César de Medeiros defendeu, enfaticamente, a condenação dos réus.

Após o homicídio consumado, Romário Pereira tentou empreender fuga para um seringal localizado no alto rio Purus. Ele foi alcançado pela Polícia nas proximidades da Ponte do Purus, próximo a cidade de Manoel Urbano, onde já se encontrava dentro de um barco pronto para ‘sumir do mapa’.

Além de responder por homicídio triplamente qualificado, os dois acusados ainda tiveram aumento de pena em face da vítima ser menor de 14 anos. Com isso, a pena intermediária foi aumentada em um terço.

Um dos momentos mais marcantes do julgamento foi o depoimento da mãe do indígena, que mostrou claramente que ainda sofre muito com a perda prematura do filho. Outros membros da aldeia São Paolino também acompanharam o desfecho do júri popular.

AUDÁCIA

Um dos réus foi flagrado no julgamento de hoje com um aparelho celular. No intervalo do julgamento, o réu Jonhatan Cristofer foi flagrado portando um aparelho celular que teria sido entregue a ele no banheiro do Fórum. Por conta disso, foi dada voz de prisão a ele e após a leitura da sentença o mesmo foi conduzido à Delegacia de Polícia para os procedimentos cabíveis.

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