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Prefeitos acreanos vão a Brasília e pedem para administrar verbas para recuperação de ramais

Por SALOMÃO MATOS, DA CONTILNET

A maioria dos 22 prefeitos dos municípios acreanos foi a Brasília pedir ajuda da bancada federal, para eles próprios administrarem os recursos liberados pelas bancadas e pelo Governo Federal, tirando da responsabilidade do Departamento de Estradas e Rodagens do Acre (Deracre), o gerenciamento e execução das obras.

Os prefeitos alegam que a forma na qual o Deracre gasta o dinheiro não condiz com a realidade do montante, muitas vezes liberado.

Prefeitos acreanos foram até Brasília requisitar ajuda da bancada federal /Foto: ContilNet

Segundo o coordenador da bancada na Capital federal, senador Sérgio Petecão (PSD): “Esses prefeitos nos procuraram como uma forma de apelo. Pedindo que os recursos que a gente consegue liberar para construção e recuperação dos ramais não sejam mais administrados pelo Deracre. Os prefeitos dizem que o Deracre sempre coloca preços acima da nossa realidade lá no Acre. Por isso acreditam que podem fazer muito mais se esses recursos forem administrados por eles e não querem mais de jeito nenhum esse dinheiro nas mãos do governo”.

Líder da bancada federal, Petecão recebeu os prefeitos para discutir soluções /Foto: ContilNet

Ao todo, o montante já liberado pela bancada federal acreana com essa finalidade ultrapassa os R$ 94 milhões, faltando somente serem empenhados.

A prefeita do município de Brasileia, Fernanda Hassem (PT), por exemplo, diz que: “No caso de Brasileia, nós temos 1.700 quilômetros de ramais com as maiores adversidades, um solo muito ruim de ser trabalhado e, só do nosso município, já liberados de emendas de bancada, são R$ 4,7 milhões, mas pelo planejamento do Deracre apresentado, se esse recurso cair nas nossas mãos como prefeita, podemos fazer até 3 vezes mais do que eles propõe”, garante Hassem.

O prefeito José Augusto, do município de Capixaba, também concorda que: “Se esse dinheiro vai para o Deracre, os serviços não são bem feitos, mas se fica com as prefeituras, com nossas máquinas, é possível fazer até três vezes mais ramais”, avalia o gestor.

Com o mesmo pensamento, o prefeito de Porto Acre, Bené Damasceno (PROS), apela que: “Nós todos, os prefeitos e junto com a bancada do Acre aqui em Brasília, liderada pelos senadores Sérgio Petecão, Gladson Cameli e Jorge Viana, iremos até o Mistério do Planejamento tentar modificar isso. O governador Tião Viana já disse que não vê nenhum problema que os prefeitos fiquem com os recursos e executem a recuperação dos ramais. Isso, para nós, já é um ganho. Desse recurso, tocaria para Porto Acre em torno de R$ 3 milhões e R$ 800 mil e daria para fazer muita coisa para tirar o nosso homem do campo do isolamento”, disse o prefeito de Porto Acre.

Mazinho afirma que é possível fazer muito mais com o recurso /Foto: ContilNet

Mazinho Serafim (PMDB), prefeito Sena Madureira, disse que a proposta do Deracre é fazer cerca de 200 quilômetros de ramais, enquanto a prefeitura de Sena, segundo ele, poderia fazer com o mesmo recurso liberado para a sua cidade quase dois mil quilômetros de ramais com o mesmo dinheiro.

Após o amplo debate entre os prefeitos e parlamentares ocorrido no auditório da ala Nilo Coelho, foi agendada uma nova reunião, dessa vez nos Ministérios do Planejamento e da Agricultura, para tentar tirar do Deracre a responsabilidade da aplicação dos recursos de emendas para ramais no Estado do Acre.

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