A Justiça Federal determinou a retirada de invasores da região da Aldeia São Paulino, área tradicionalmente ocupada pela etnia Jaminawa, às margens do rio Purus, em Boca do Acre. A decisão veio graças a ação de procuradores do Acre e Amazonas. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a medida é resultado de uma ação civil pública de autoria da Fundação Nacional do Índio (Funai) que foi acompanhada pelo órgão.
De acordo com informações do site D24AM, na sentença, a Justiça ressaltou a necessidade de assegurar o livre acesso do povo Jaminawa à área, que atualmente está em processo de demarcação territorial.
“De acordo com o MPF, a Funai, com o apoio da Polícia Federal (PF), deverá garantir este acesso com o estabelecimento de marcos e delimitação da área. Na ação civil pública, a Funai apresentou à Justiça uma carta produzida pelo povo Jaminawa, na qual exigia a demarcação de suas terras, cujo processo iniciou em junho de 2004. Segundo o MPF, um parecer da Funai aponta que a Terra Indígena Awaretê (nome em língua indígena da Terra Índigena Jaminawa, localizada na Colocação São Paulino) é tradicionalmente ocupada pelos indígenas da etnia Jaminawa e, por isso, deveria manter seu processo de regularização fundiária”, diz um trecho da reportagem.
Em novembro de 2013, procuradores da República no Amazonas e no Acre já estiveram na Aldeia São Paulino e constataram vários problemas decorrentes das restrições impostas pelos invasores aos indígenas, quanto às áreas de roçado e de acesso à àgua dos igarapés, impedindo o livre acesso da etnia Jaminawa nas regiões onde anteriormente realizavam caça.