A justiça de Sena Madureira, através do juiz de direito Fábio Farias, tornou público nesta semana a sentença final de três acusados na morte do açougueiro José Gilson dos Santos, ocorrida em julho do ano passado no ramal de acesso à Boca do Iaco. Os três foram condenados a penas consideradas expressivas.
Após analisar os depoimentos e demais provas, o juiz Fábio Farias discorreu: “Ante o exposto, julgo procedente a pretensão punitiva para condenar Antônio Leandro Almeida de Moraes, Makson de Souza Magalhães e Raí Barreto de Souza pela prática de crimes de latrocínio e corrupção de menores, nos termos do art. 157, parágrafo 3°, segunda parte, c/c art. 29, do Código Penal e art. 244 – B da Lei nº 8.069/90”.
Como tratou-se de um Latrocínio (Roubo seguido de morte), o trio não foi levado à júri-popular. Respondendo por latrocínio e corrupção de menor, Antônio Leandro Almeida de Moraes foi condenado a 31 anos, 10 meses e 20 dias de prisão. Sua pena-base foi de 25 anos, entretanto, houve aumento de pena por ele ser considerado líder e mentor de empreitada criminosa, além de ter oferecido meio quilo de maconha aos demais envolvidos no crime.
Makson de Souza Magalhães foi condenado a 21 anos, 10 meses e 20 dias de reclusão. Raí Barreto de Souza também foi sentenciado a 21 anos, 10 meses e 20 dias.
PROMOTOR DIZ QUE A JUSTIÇA FOI FEITA
O Ministério Público de Sena Madureira ofereceu denúncia contra os três acusados defendendo, com base no conjunto probatório, suas condenações. “Apesar das alegações dos réus assumindo a prática de homicídio qualificado, e isentando um dos criminosos da cena do crime, o Ministério Público sustentou a prática do latrocínio consumado, pois esta foi a versão apresentada pelos policiais civis em juízo e que merecia credibilidade. A pena para este crime é sempre alta e proporcional à gravidade concreta das condutas praticadas que buscavam ganho fácil em detrimento da vida alheia, e o pior, com ímpeto de impunidade. Uma vida se perdeu, porém, mais uma vez a justiça foi feita”, destacou o promotor de justiça de Sena Madureira, Júlio César de Medeiros.
O CRIME
De acordo com os autos do processo, a morte do açougueiro José Gilson ocorreu no dia 25 de julho do ano passado, por volta das 5:30 horas no ramal que dá acesso à comunidade Boca do Iaco. Ele tinha ido deixar umas compras na residências de seu pai e, no decorrer do trajeto, foi surpreendido pelos bandidos. O mesmo desapareceu no dia 24 e seu corpo foi encontrado somente no dia seguinte. A motocicleta dele – uma CG Titan, de placas NXT 016 foi localizada próximo ao local do crime.
Em depoimento prestado em juízo, um dos acusados confessou que naquela data sabia dos passos do açougueiro. “Nós sabíamos que ele ia deixar umas coisas pro pai dele, e nós fomos para o ramal e ficamos esperando ele lá. Quando ele chegou, nós levamos pra mata e matamos; Foi só um tiro na cabeça”, relatou.
José Gilson trabalhava como açougueiro em um Supermercado de Sena Madureira e não era envolvido com facções criminosas.
O juiz Fábio Farias estipulou, ainda, que os três condenados deverão cumprir suas penas em regime inicialmente fechado.