O governo da Islândia anunciou agora há pouco que seus líderes não estarão presentes na Copa do Mundo de Futebol que acontece na Rússia entre os meses de junho e julho de 2018. A informação foi primeiro divulgada pela agência de notícias AFP no Twitter e é parte de um comunicado oficial assinado pelo governo do país.
A decisão, esclarece a nota, é uma resposta solidária ao Reino Unido no caso do ataque químico contra o ex-espião Sergei Skripal no último dia 4 de março na cidade britânica de Salisbury. Nesta segunda-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o Canadá e ao menos 14 países europeus anunciaram a expulsão de diplomatas russos de seus territórios. O movimento foi chamado de “gesto provocador” pela Rússia, que prometeu reagir.
“O governo da Islândia decidiu permanecer em solidariedade ao Reino Unido e outros países ocidentais e irá se juntar aos esforços coordenados de responder ao ataque químico em Salisbury. Esse ataque é uma violação grave de leis internacionais e ameaça a segurança e a paz na Europa”, diz o comunicado.
Além do boicote diplomático ao evento, a Islândia informou que irá suspender qualquer conversa bilateral com autoridades da Rússia e cobrou por explicações do governo de Vladimir Putin sobre o uso de agente nervoso no envenenamento do ex-agente, sua filha e que afetou o policial que realizou o primeiro atendimento. Todas as vítimas estão hospitalizadas em estado grave.
Quem é Sergei Skripal
Nascido em 23 de junho de 1951, Skripal trabalhou até 1999 no serviço de inteligência do exército russo e chegou a coronel. De 1999 a 2003, trabalhou no Ministério das Relações Exteriores do país.
Em 2004, foi detido e acusado de “alta traição” por ter repassado informações sobre as identidades de agentes secretos russos que trabalhavam na Europa para o serviço de inteligência britânico, o MI-6, em troca de US$ 100 mil.
Condenado a 13 anos de prisão, ele ficou preso até 2010. Depois de receber perdão do então presidente Dmitri Medvedev, foi incluído no que é considerada a maior troca de espiões desde o fim da Guerra Fria e vivia na Inglaterra desde então.