Cerca de 450 geoglifos similares foram identificados nos Estados do Acre e Mato Grosso, abrangendo 13.000 quilômetros quadrados. O dado faz parte de uma pesquisa recentemente divulgada na revista científica Nature Communications.
Essa e outras novidades chegam após a descoberta de extensas obras de terraplanagem e fortificações em outra região do Brasil, na fronteira com o Peru. De acordo com a publicação, datada de terça-feira (27), os pesquisadores agora acreditam que habitações pré-colombianas podem se estender por uma área de 400.000 quilômetros quadrados, e podem ter sido o lar de 500.000 a um milhão de pessoas.
“A descoberta de 81 novos sítios arqueológicos, que datam de 1250-1500 – entre eles 104 grandes terraplanagens geométricas – foi baseada em parte em imagens de satélite. Escavações em 24 locais descobriram cerâmicas, machados de pedra polida e amostras de solo fertilizado, assim como antigos poços de lixo, chamados de sambaquis”, diz o trecho de uma reportagem da agência AFP.
“Precisamos reavaliar a história da Amazônia”, disse o professor José Iriarte, da Universidade de Exeter, sobre as coincidências entre Acre e Mato Grosso.
“Certamente não era uma área habitada apenas perto das margens de grandes rios, e as pessoas que moravam lá mudaram a paisagem. A área que pesquisamos tinha uma população de pelo menos dezenas de milhares”.
Alguns geoglifos também eram interconectados através de uma rede de estradas construídas ao longo de muitos anos.