Com quatro indicações ao Oscar 2018, “Me chame pelo seu nome” teve sua estreia suspena na Tunínia, aparentemente devido à censura, denunciaram nesta quinta-feira (dia 1º) os distribuidores do longa.
De acordo com eles, foi completado o processo administrativo necessário. A previsão inicial era que o filme entraria em cartaz nesta quarta-feira (28) em um dos cinemas do centro da capital, mas a própria sala cancelou a projeção no último momento.
“Foi censurado. É um ataque às liberdades e um atentado à Constituição tunisiana”, denunciou à imprensa local Lassaad Goubantini, um dos proprietários dos direitos de distribuição, para quem “está claro que o motivo é a temática do filme”.
“Me chame pelo seu nome”, que concorre ao prêmio de melhor filme na cerimônia que será realizada no domingo, narra a história de amor entre um menino de 17 anos e o assistente de seu pai, um homem mais velho com quem encontra durante algumas férias no norte da Itália.
Perguntado, o Ministério de Cultura não confirmou e nem desmentiu a censura.
Não é a primeira vez que é vetada a projeção pública de um filme na Tunísia, um dos países árabes mais avançados em questões relacionadas com a homossexualidade, ainda que esta seja ainda considerada um crime.
‘Me chame pelo seu nome’ e o Brasil
“Me chame pelo seu nome” tem um brasileiro como coprodutor. É Rodrigo Teixeira, fundador da RT Features. A empresa é uma das financiadoras do drama sobre um adolescente descobrindo sua própria sexualidade.
Um dos mais importantes nomes brasileiros no cinema internacional, o produtor de 41 anos tem no currículo trabalhos com Martin Scorsese e Greta Gerwig – também indicada ao Oscar pela direção de “Lady Bird”.
No ano que vem, Teixeira lançará um thriller de ficção científica estrelado por Brad Pitt.