Uma estudante de apenas 7 anos de idade foi flagrada usando um caiaque para voltar para casa após ir à escola em Bertioga, no litoral de São Paulo. A rua onde ela mora com a família tornou-se um rio em razão da intensa chuva que atingiu a região nas últimas horas. A prefeitura afirma que realiza ações de emergência para amenizar os problemas.
A imagem foi registrada no fim da tarde desta terça-feira (13). Gabrielly havia acabado de sair da Escola Municipal Jardim Vista Linda, onde cursa o 2º ano do Ensino Fundamental, e foi deixada por um ônibus escolar em uma parada a cerca de um quilômetro da casa onde vive com os pais, na Estrada 28, no bairro Chácara Vista Linda.
“A imagem mostra tudo. É o registro de um descaso com a gente. Com a rua alagada, ela não tem como sair, só no nosso colo, ou de caiaque. Chove só um pouco e tudo fica intransitável”, conta a mãe da menina, a dona de casa Paula dos Santos, de 40 anos.
No momento da foto, o pai de Gabrielly a acompanhava. “Ele caminhava e usava botas, mas a água fica muito alta e ele acaba se molhando. Em casa, começou a entrar água na cozinha. A gente fica com medo de perder tudo e, depois de tanta promessa, ninguém soluciona”, comenta a dona de casa, que vive há quase seis anos no bairro.
Por causa dos alagamentos, intensificados em razão da chuva intensa que atinge a região da Baixada Santista nos últimos dias, é comum a menina deixar de ir à escola. “Depois, quando nós vamos s reuniões, os professores reclamam. Falam que é ruim ela ficar faltando, não só por prejudicar o ensino, como por ela poder repetir de ano”.
Paula acredita que os problemas ocorrem em razão do local não ter sistema de drenagem, e a área não receber atenção da administração municipal. “O mato está muito alto e a rua se torna um verdadeiro rio rapidamente. Ninguém cuida dessa área. Passa cobra, passa rato, passam todos os animais”, desabafa a mãe da estudante.
Por meio de nota, a Prefeitura de Bertioga confirmou a situação crítica na cidade e disse que funcionários estão trabalhando para amenizar os problemas ocasionados pelo grande volume de chuva. “As equipes terão aumento no número de equipamentos, para melhorar os trabalhos de manutenção e limpeza urbana”.
Além disso, a administração municipal afirma que pleiteia verbas federais para obras de micro e macrodrenagem, uma vez que 60% das vias da cidade não possuem asfalto ou rede pluvial – assim como a Estrada 28, onde a menina Gabrielly mora com os pais. Para as intervenções, são necessários R$ 30 milhões.
“A prefeitura alerta, ainda, para a responsabilidade da população em não jogar lixo nas vias públicas, o que contribui para enchentes em períodos de chuva. Constantemente, as equipes de limpeza encontram lixo descartado de forma incorreta pelos bairros, como sofás, restos de móveis e outros”, pontuou a nota.