Desalento
A alegria dos companheiros durou pouco. Com o MDB de Flaviano Melo de volta à aliança capitaneada pelo Progressista do senador e pré-candidato ao governo Gladson Cameli, resta ao PT a certeza de que não terá pela frente uma eleição fácil. E as razões para isso são muitas.
Sangria estancada
Uma delas é que a decisão do MDB tem efeito sobre o PTB, PPS e Solidariedade, que também ameaçaram deixar a aliança, no rastro do primeiro. Aos incautos podem parecer partidos sem expressão nenhuma, mas as aparências enganam. E a grande procura por eles, por parte de pessoas que desejam disputar um mandato de deputado estadual e federal, prova a viabilidade dessas siglas e evidenciam sua tendência de crescimento.
Cenário
Com a dissensão dessas siglas, Gladson perderia um exército de apoiadores em troca do PSDB do Major Rocha – cuja militância e expressividade política minguaram na medida inversa de sua ascensão no partido.
Não está à altura
E com o rearranjo acordado entre as partes apaziguadas, dá-se como certo que Rocha terá frustrado o desejo de empurrar a irmã, a jornalista Mara, goela abaixo de uma aliança para qual lhe falta ainda a estatura política compatível.
Troféu limão
E qual a alternativa de Rocha? Engolir o choro e aceitar, quando muito, que Eduardo Velloso, sem mover uma palha, continua a ser o nome mais cotado do PSDB para figurar de vice de Gladson Cameli na campanha deste ano.
Extemporâneo
De volta aos companheiros, o Carnaval fora de época acabou em ressaca e desilusão. Ávidos por ver o rompimento definitivo enfraquecer o adversário, a banda companheira desafinou ante o anúncio desta segunda-feira, segundo o qual tudo continua como dantes no quartel de Abrantes.
Aos aliados, tudo!
Pra piorar, o governo continua às voltas com a recessão gestada nos mandatos de Lula e Dilma, cujo impacto sobre o orçamento estatal não altera a disposição de Tião Viana e Marcus Alexandre de manter os privilégios aos aliados.
Chapéu alheio
Não bastasse a magnanimidade com que a dupla trata os correligionários e agregados políticos, ambos seguem a endividar o estado, a exemplo do novo empréstimo autorizado pela Câmara de Vereadores junto à capital junto à Caixa Econômica.
Garantias
Conforme revelou o Lamparina deste site, em matéria publicada nesta segunda-feira, o teor do financiamento foi publicado no Diário Oficial do Estado, com o adendo de que o município dá como garantia da quitação os recursos do Fundo de Participação do Município (FPM) e do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU).
Só pra ilustrar
Mal comparando, é como se o síndico de um prédio meia-boca resolvesse dar uma festa de despedida com o dinheiro destinado a promover melhorias no condomínio…
Pirotecnia
Marcus Alexandre não apenas vai deixar a prefeitura no mês que vem devendo à população da capital o cumprimento de suas obrigações no que diz respeito à recuperação da malha viária, que está péssima, como compromete os recursos disponíveis à realização dos serviços. Tudo porque anseia por fazer do Shopping Popular uma bandeira de campanha para o governo estadual.
A vida como ela é…
Mas isso, por incrível que possa parecer, ainda está longe de ser o mais grave. O governo da bonança, que em outras épocas despejou bilhões de reais em obras de infraestrutura, atualmente não consegue honrar os pagamentos de empreiteiros e prestadores de serviço, muitos dos quais são obrigados a demitir funcionários e fechar as portas.
É o caos
E é claro que esse descontrole orçamentário tem reflexos em todos os setores da administração pública: das UPAS que precisam passar ao comando das chamadas organizações sociais, sem qualquer diálogo com a sociedade, ao atraso no pagamento de plantões extras de servidores da saúde e o calote nos estagiários e funcionários de empresas terceirizadas.
Cada uma!
E ante a inexorável realidade, o ufanismo atoleimado dá lugar à desfaçatez: depois de vinte anos de poder, o governo petista e seus fantoches de Facebook seguem a repetir a máxima de que os salários estão em dia. Sim, é verdade – tanto quanto o é que não há mérito algum em se cumprir minimamente as obrigações para as quais se foi eleito.
Saco cheio
Já dizia Joseph Goebbels, o chefe da propaganda na Alemanha nazista, que uma mentira repetida mil vezes se torna verdade. Em tempos de acesso fácil às informações, digo eu que uma obviedade repisada por 20 anos tem como único efeito encher o nosso saco!
Topo da pirâmide
O governo do fracasso na área social, na segurança pública, no incentivo à produção e na política de industrialização é também o governo que criou uma casta de abastados que não só afronta os servidores públicos de carreira pela enorme discrepância salarial entre eles, como inviabiliza políticas de incentivo à igualdade social.
Fantástico
A tendência das esquerdas no mundo todo não poderia ser diferente no Brasil. No programa Fantástico do último domingo, uma matéria sobre os 9 milhões de jovens que cruzaram de volta a linha da pobreza foi precisa ao apontar a política petista de Luiz Inácio e Dilma Rousseff como causadora da grave recessão econômica que vivemos.
Aflição
Apenas os canalhas, os palermas e os analfabetos são capazes de atribuir a Temer todos os problemas que vivemos atualmente.
Discípulos
A realidade desses últimos dias, com suas idas e vindas, aplica mais um golpe nos miolos-moles. Mas o hegelianismo político da Casa Rosada não se rende. Afinal, conforme reagiu o filósofo alemão, se os fatos não lhes confirmam as suposições, pior para os fatos!
