O senador Jorge Viana (PT-AC) foi o único parlamentar convidado a falar no encerramento do 8º Fórum Mundial da Água, ocorrido na manhã desta sexta-feira, 23 de março. Ele fez um balanço positivo e disse que o evento, que reuniu mais de 70 mil pessoas em Brasília durante a semana, deixa um legado esperançoso, despertando a consciência do mundo político e social para a importância da água. Viana disse que há disposição dos governos e parlamentos de trabalharem pelo direito de todo ser humano à água potável e ao saneamento, mas lamentou a ausência no evento de lideranças políticas dos países ricos.
“É possível revertermos esse quadro de destruição e minimizarmos os efeitos das mudanças climáticas”, disse, no encerramento do fórum, que realizou 300 conferências durante três dias. O encontro reuniu políticos, autoridades, cientistas, líderes de povos antigos e juristas, além de parlamentares e militantes sociais. “Todos buscaram aqui fazer a diferença e assegurar nosso futuro. Daí porque o tempo é de esperança. Precisamos sair daqui e semear a esperança”, destacou.
Viana ressaltou que todos os participantes sairão de Brasília conscientes de suas responsabilidades e dos compromissos assumidos. “Repito aqui o que para mim é uma bandeira de todos nós: não temos uma causa. São as causas da água, do combate à mudança climática e à exclusão social, a causa dos direitos humanos e a causa da democracia que nos têm a todos”, disse.
O senador presidiu a conferência “O Papel dos Parlamentos e o Direito à Água”, na terça-feira, 20, que contou com 134 parlamentares de 20 países. Os participantes aprovaram manifesto, no qual se comprometem a incluir em suas legislações o direito à água potável e ao saneamento como fundamentais, assim como assegurar recursos orçamentários para garantir a segurança hídrica.
“Este é um momento importante para a humanidade. Estamos numa encruzilhada. Temos muito a fazer daqui para a frente, porque precisamos garantir o futuro às próximas gerações. Temos de lutar para reduzir a ação degradante do homem”, discursou Viana, no encerramento do fórum. “Somos a primeira geração da espécie humana a sentir os efeitos das mudanças climáticas provocadas pela ação do homem. E, de maneira desafiadora, se impõe à nossa geração, a missão de fazermos algo para deter essa marcha da insensatez”.
O senador lembrou que os dois encontros que Brasília sediou durante a semana – o Fórum Mundial da Água e o Forum Alternativo Mundial da Água, o FAMA – são passos no caminho do respeito à natureza, da preservação da biodiversidade e dos recursos naturais. “Ainda há tempo para nos desviarmos do caminho da destruição global”, declarou. “Estou esperançoso”.