Sete razões que fazem o PT temer um fracasso nas urnas com Marcus Alexandre

Entrelinhas
Tião Bocalom, atual timoneiro do Democratas no Acre, deu declarações nestes últimos dias que soaram como uma despedida da presidência da sigla. Nas entrelinhas do que disse, pode-se ler que a batalha para o deputado federal Alan Rick está perdida. Mas é claro que tal conclusão não passa de conjetura por parte deste colunista.

Contrariedade
O ex-prefeito de Acrelândia, aliás, condenou a burla de Flaviano Melo, que depois de emitir uma nota de rompimento com o Progressista do senador Gladson Cameli, passou a assediar, através de seus intermediários, o coronel Ulysses Araújo (sem partido).

Faz parte do jogo
Na política, como no pôquer, o ‘blefe’ tanto pode ser uma medida desesperada quanto uma artimanha admirável. O MDB está mais para o segundo caso, já que tinha as cartas certas nas mãos.

Razão de lado a lado
E o fato de os emedebistas terem submetido os democratas a – digamos – uma tapeação, isso não depõe contra eles. Não obstante a jogada aceitável, Bocalom, a partir dos seus rígidos princípios morais, também tem lá suas razões para as queixas que passou a proferir – as quais devem ser respeitadas.

Resiliência
Menos rigoroso foi o vice-presidente da sigla, Frank Lima, que em conversa anterior com este colunista encarou com naturalidade e realismo a possibilidade de o MDB voltar atrás em sua decisão de apartar-se de Cameli.

Sensatez
Lima foi além, do alto de sua sensatez: asseverou que um recuo dos emedebistas em nada prejudicaria o coronel Ulysses – muito pelo contrário, já que nos últimos dias este último teve a chance de se mover sob os holofotes.

No fio do bigode
Que Tião Bocalom siga com o projeto de apoiar Ulysses para o governo, independente dos rumos que tomarem no Democratas no estado, é a prova maior de que estamos diante de um homem de palavra.

Expectativa
O que não se pode esperar dele, porém, e digo isso em nome de representantes da oposição com os quais conversei, é que na hipótese de um segundo turno ele deixe de apoiar Gladson, caso o senador seja o escolhido pelos eleitores para enfrentar o candidato petista numa segunda etapa das eleições deste ano.

Urubuzada
Quanto aos governistas, que passaram os últimos dias a tripudiar sobre a balbúrdia na quermesse alheia, só o que lhes resta, mesmo, é torcer para que as coisas deem errado nas hostes da oposição. As razões para essa torcida são óbvias, mas ainda assim merecem comentários.

Aventureiro
A começar pelo prefeito da capital, o petista Marcus Alexandre, a impressão que se tem é que o eleitorado já se deu conta de que ele vai largar a cidade em condições precárias para se aventurar numa nova disputa eleitoral.

Questão de lógica
Ora, o eleitor, que não é bobo, certamente se perguntará, durante a campanha, com qual autoridade política o Sr. Alexandre haverá de prometer a solução dos problemas estaduais sendo que se mostrou incapaz de solvê-los no âmbito do município.

Credibilidade perdida
O sentimento de traição também haverá de pesar sobre uma parcela da população que acreditou na pregação do atual gestor rio-branquense, cuja campanha foi focada nos seus feitos e no muito que ainda faria caso fosse – como o foi – reconduzido ao cargo. E nada pior para um político do que a credibilidade perdida.

Fim da armadura
O terceiro aspecto a assombrar o petista é o desvanecimento da blindagem que preservou os sucessivos governos do PT local quanto aos desmandos praticados pelos companheiros do andar de cima.

Tudo a ver
Se antes as notícias da pilhagem não respingavam por estas bandas sobre os aliados de Lula e Dilma, a coisa mudou de figura a partir do momento que a população passou a relacionar a roubalheira desenfreada nas estatais brasileiras com seus problemas cotidianos, tais como a fome, o desemprego e a insegurança.

Carestia
O quarto fator a tramar contra os propósitos de Marcus Alexandre é que ele se apresente como herdeiro da mais desastrada administração das duas últimas décadas. Os desmandos vividos na atual gestão de Tião Viana haverão de cobrar um preço alto ao postulante a sucessor do correligionário.

Tiro no pé
Em quinto lugar, não se pode ignorar o ressentimento daqueles que nos seus estertores assistem, indignados, ao Executivo Municipal mancomunar-se com o Legislativo na tarefa de contrair mais dívidas para dar cabo do Shopping Popular – uma obra que deveria ter ficado pronta à época em que a preocupação da companheirada era traçar esquemas para saquear os cofres públicos.

Escolha infeliz
Pra encerrar, não poderia haver pior escolha de um nome a figurar de vice na chapa encabeçada pelo atual prefeito. Em que pese a honradez do secretário de Estado de Segurança Pública, Emylson Farias, sua passagem pelo cargo num período em que a violência se alastrou por todo o estado há de toldar ainda mais o palanque dos que terão de fazer contorcionismos retóricos a fim de convencer a assistência.

Pecúlio
No palanque do Sr. Alexandre haverão de estar, ainda, aqueles que defenderam a permanência de Dilma Rousseff no cargo, mesmo ante as evidências de que ela, com a ajuda do antecessor, tratou de quebrar o país. Não faltarão também os que insistem em cobrar de Temer soluções para os problemas gestados por eles próprios. Nem estarão ausentes os que desafiaram a justiça mesmo contra o apoio que a ela conferiu – e confere – a maior parte dos brasileiros.

Picadeiro
Lá também estarão aqueles que afrontaram a indignação popular, qualificando-a de ‘golpismo’, bem como os parvos responsáveis pela potoca de que organismos internacionais, como a CIA, tramaram a deposição da ‘presidenta’.

Colheita obrigatória
E se até dias desses Marcus Alexandre era visto como o sujeito que acorda cedo para se encarregar dos afazeres municipais, tende agora, com as eleições ao governo, a figurar como a alternativa desesperada dos que optaram por plantar equívocos e atualmente nos obrigam a colher calamidades.

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