A simplicidade dos costumes ribeirinhos e as paisagens naturais do Amapá são fontes de inspiração para diversos artistas. Geralmente, as técnicas tradicionais e as cores mais discretas predominam sobre as telas. Mas para o artista plástico Jerriel de Souza, a realidade pode ganhar cores mais vivas e novas formas.
Com a chamada “Pop Art Tucujú”, o artista amapaense ousa em usar a temática regional aplicando uma nova técnica, com cores fortes, dando um frescor para a arte no estado. Essa ousadia vem chamando atenção e que lhe rendeu convites para expor as obras no Rio de Janeiro, França e em Portugal.
Para chegar até a Europa, ele precisa de aproximadamente R$ 26 mil, sendo que cerca de R$ 4 mil somente até segunda-feira (30), para garantir a inscrição no evento.
Os convites foram feitos no início do ano, mas as exposições do amapaense podem ser comprometidas devido à falta de recursos financeiros para as viagens. Ele buscou, então, parcerias, criou uma “vaquinha” on-line e vendeu obras em leilões, mas o valor arrecadado até agora está bem distante para tornar o sonho real.
“Desde que recebi o convite, fiz um projeto, com orçamento, em busca de algum patrocínios por meios privados ou apoios públicos, mas até agora não tive respostas. Minha alternativa foi fazer uma ‘vaquinha’ na internet e leiloar algumas obras. Mas o que arrecadei até agora não é suficiente”, lamentou.
Os R$ 26 mil vão custear a inscrição de seis obras, passagens e hospedagem. As exposições acontecem em outubro, novembro e dezembro, mas a inscrição das obras e confirmação da participação devem ser feitas até segunda-feira.
“As exposições acontecem só nos últimos três meses do ano, mas tenho que confirmar a participação das minhas obras até o fim do mês. São aproximadamente R$ 4,5 mil que tenho que levantar em menos de uma semana”, comentou o artista.
Para Jeriel, além de um grande salto nos 23 anos de carreira, a participação nessas exposições mostra um pouco do Amapá ao mundo. A primeira exibição das obras deve acontecer no Museu do Louvre, em Paris, considerado um dos maiores de história da arte.
“Já pensou um caboclo aqui do Amapá apresentando para um dos museus mais conceituados do mundo toda a riqueza natural e cultural do seu estado? Esse tipo de oportunidade não acontece toda hora”, enfatizou.
‘Pop Art Tucujú’
As obras do artista mistura a temática regional pegando elementos característicos da Pop Art, movimento que popularizou nos anos 60, usando traços do surrealismo, com a mistura de cores, colagens e moldava utilizando como temas elementos da cultura pop, como o cinema, música e histórias em quadrinhos.
O estilo amapaense nasceu em 2009 e começou a ganhar força em 2013, quando foi feita a primeira exposição sob a nova forma de pintar quadros. Essa novidade não chamou a atenção só do público, mas da crítica especializada devido à representatividade regional e a originalidade. Em 2015, as obras participaram de uma exposição no Rio de Janeiro.