16 de abril de 2024

Biodiversidade do Lago do Amapá em Rio Branco é pauta de expedição científica

Rica em biodiversidade, a Área de Proteção Ambiental (APA) do Lago do Amapá, localizada próximo à Terceira Ponte em Rio Branco, tem sido palco de várias pesquisas científicas. Recentemente, um grupo de pesquisadores, composto por profissionais do Laboratório de Botânica e Ecologia Vegetal (LABEV), do Centro de Ciências Biológicas e da Natureza da Universidade Federal do Acre (Ufac) e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), promoveu nova expedição botânica no Riozinho do Rôla – dentro do perímetro da Unidade de Conservação (UC).

O estudo visa descrever e compreender a associação existente entre espécies vegetais na comunidade florística, ou seja, a distribuição de espécies de plantas. Pesquisas florísticas e estruturais de remanescentes florestais servem de base para identificação dos critérios e métodos utilizados nas atividades de manejo, conservação e produção de sementes e mudas. São ainda elementares no reconhecimento de espécies ameaçadas e na avaliação dos impactos causados na UC.

APA do Lago do Amapá chama atenção por sua exuberância/Foto: Hiram Catter

Não é de hoje que pesquisadores recorrem à APA do Lago do Amapá para promover estudos. As primeiras coletas botânicas sistemáticas foram realizadas em 2005, por alunos dos cursos de Biologia e Engenharia Florestal da Ufac. Mirna Caniso, gestora da unidade, destaca a importância desses estudos.

“Os esforços voltados para o conhecimento do conjunto de espécies que compõem a flora da APA são especialmente importantes, porque a composição florística é bastante particular e está adaptada à variação no pulso de inundação do rio. Além disso, as florestas aluviais, sujeitas às alagações, são pouco estudadas nessa parte da Amazônia”, observa Mirna.

Segundo a gestora, a geração de conhecimentos florísticos atende a uma demanda da gestão da unidade de conservação, uma vez que, preenche uma lacuna de informações e oportuniza que a partir do conhecimento das espécies, as mesmas possam ser conservadas.

Há vários estudos sobre a Biodiversidade do local/Foto: Reprodução

O Zoneamento Econômico Social e Cultural de Rio Branco, concluído em 2007 e retomado 2017, impulsionou as pesquisas em botânica na APA do Lago do Amapá.

Para o professor Marcos Silveira, coordenador do Labev e autor do primeiro catálogo da flora do Acre, “ações dessa natureza estão coadunadas [harmonia] com as iniciativas em torno do conhecimento da flora acreana e suas potencialidades, realizadas desde 1991 pela parceria entre a Ufac e o Jardim Botânico de Nova Iorque”.

Além disso, “a atividade implementa na prática o que os alunos de biologia aprendem na sala de aula, consolidando assim a sua formação profissional”, é o que salienta a coordenadora do Departamento de Áreas Naturais Protegidas e Biodiversidade da Sema, Cristina Lacerda.

Processo de criação

A unidade de uso sustentável foi implementada em 2005, na gestão do então governador Jorge Viana. A proposta de transformar o local em uma área de proteção ambiental partiu da comunidade e foi amplamente apoiada pelo Estado.

Outro parceiro gestor importante é o Conselho Consultivo da Área de Proteção Ambiental Lago do Amapá. Com a missão de propor projetos que garantam os atributos sociais, ambientais, paisagísticos e de proteção da UC, o organismo é atuante e faz a diferença no processo de cogestão.

A Sema, em parceria com o Conselho Gestor da APA Lago do Amapá, realiza gestão da unidade de conservação, estabelecendo assim um espaço democrático de participação e controle social das politicas públicas ambientais de conservação da natureza.

Estudo visa descrever e compreender a associação entre espécies vegetais na comunidade florística/Foto: Cedida

Mirna Caniso ressalta que “o próximo passo, resultante desse processo, é transformar de forma positiva a vida dos moradores, estabelecendo conexões entre visitantes, agentes de turismo de base comunitária, jovens estudantes, pesquisadores, professores, voluntários e moradores locais.”

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