24 de abril de 2024

Como uma tolice sem precedentes pode multiplicar ‘Lulas’, ‘Moros’ e ‘Bolsonaros’

Incansável

O deputado federal Leo de Brito – ou melhor, ‘Leo de Brito Lula’ – não desiste de se superar. Foi dele a sugestão para que os integrantes da bancada do PT na Câmara Federal e no Senado da República incluíssem ‘Lula’ no nome parlamentar. A razão da iniciativa é subir o tom dos protestos contra a prisão do ex-presidente petista. Quanto à utilidade da medida… Bem, deixemos isso pra lá.

Pura perda de tempo

Leo tratou de solicitar, ainda ontem (11), conforme matéria deste portal de notícia, a alteração do seu nome nos registros da Casa, incluindo o painel eletrônico. O ofício foi encaminhado ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que preferiu não comentar o assunto.

Rebatizada

A presidente da executiva nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), passará a ser anunciada como ‘Gleisi Lula Hoffman’. Tal qual Leo de Brito, ela encaminhou ofício ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), para que seja rebatizada na Câmara Alta.

Surfistas

Deputados de outros partidos aliados do PT se inclinam a fazer o mesmo, enquanto os adversários do lulismo já anunciaram que pedirão para que em seus nomes sejam incluídos os designativos ‘Moro’ e ‘Bolsonaro’ – em alusão ao juiz federal Sérgio Moro, autor da sentença condenatória contra o ex-presidente e da expedição do seu mandado de prisão, e do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), principal adversário do PT nas eleições deste ano.

Ineditismo

Independente, porém, de quantos serão, no Congresso Nacional, os Lulas, Moros e Bolsonaros, o certo é que, ao que parece, não há muito o que fazer em Brasília – seja na Câmara dos Deputados, seja no Senado da República. Pelo menos é a impressão que os partidários da ideia – contra ou favor de Lula – conseguem passar aos eleitores com essa presepada sem precedentes.

Alguém arrisca?

Resta saber se a iniciativa do nosso profícuo deputado federal Leo de Brito será copiada pelas casas legislativas estaduais e municipais. Se assim for, acaso se arrisca o leitor a dizer quantos Lulas, Moros e Bolsonaros teremos na Assembleia Legislativa e nas câmaras de vereadores da Capital e dos municípios do interior do Acre? E no Brasil inteiro, algum palpite?

Nó górdio

A propósito, se o objetivo era chamar a atenção da imprensa, Leo de Brito e seus correligionários conseguiram. A dúvida é se os companheiros haverão de somar ou subtrair votos nas urnas, nas eleições de outubro.

Noves fora zero

Sobre a questão eleitoral por trás do presente caso, pode-se fazer a seguinte reflexão: quem é a favor da prisão de Lula não votaria mesmo nos companheiros sob quaisquer circunstâncias. Os lulistas não votarão em Leo de Brito, Raimundo Angelim e Jorge Viana só porque carregam ‘Lula’ no nome parlamentar. E quem está pouco se lixando para a política continuará a se lixar para quem teve a grandiosa ideia e também para aqueles que a adotaram.

Sinal de fumaça

Quando acontece de os indígenas, aliados dos petistas desde ‘priscas eras’, assinarem ficha de filiação em partido adversário, é porque as coisas andam muito mal na aldeia companheira.

Índio quer mudança

Foi o que ocorreu com o cacique Manoel Gomes da Silva, das aldeias Kaxinawá, na região dos rios Muru e Tarauacá, no município homônimo. Depois de 23 anos de filiação ao Partido dos Trabalhadores, Silva assinou, conforme revelado pelo blog do meu colega Evandro Cordeiro, sua ficha de filiação ao PP do senador Gladson Cameli, pré-candidato ao governo do Acre. A decisão foi coletiva, segundo o cacique.

De estarrecer

Este colunista leu estarrecido a entrevista publicada no portal da Contilnet com o prefeito de Cruzeiro do Sul, o emedebista Ilderlei Cordeiro. Sobretudo por ele atribuir muito do fracasso de sua gestão ao inchaço da máquina pública municipal, herdada do antecessor.

De pupilo a detrator

Agora autor da acusação segundo a qual o ex-padrinho político Vagner Sales (MDB) lhe passou uma administração com mais de 60% das receitas municipais comprometidas com a folha de pagamento, o que é proibido por lei, Ilderlei deve imaginar que todos nós sofremos de amnésia.

Lembrete

É que assim que se sentou na cadeira outrora ocupada por Vagner Sales, o atual prefeito cruzeirense tratou de enviar à Câmara de Vereadores um projeto que previa a criação de nada mais, nada menos, que 611 cargos comissionados na prefeitura.

Verdades e versões

Na época (fevereiro de 2017), o procurador do município, Jhonatan Donadoni, afirmou que no último quadrimestre de 2016, a folha de pagamento estivera acima do limite constitucional permitido de gastos com pessoal, que é de 54% da receita. No entanto, disse ele, em janeiro do ano seguinte esse gasto teria caído para 44%. E acrescentou que faria a defesa do projeto do Executivo no Tribunal de Contas do Estado (TCE), que havia notificado Ilderlei.

Questão de lógica

Ora, se o procurador Donadoni afirmou que em janeiro do ano passado o município já destinava à remuneração com pessoal 10% menos do que estabelece, como limite, a Lei de Responsabilidade Fiscal, não há que se falar, pelo menos nesse caso específico, em ‘herança maldita’.

Imutável

Não obstante a máxima “Política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou”, de Magalhães Pinto, a verdade é uma só – não importa se o tempo fechou, mesmo que pras bandas do Juruá.

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