Em nota de repúdio, Associação de Deficientes Visuais afirma ter sofrido “golpe” da Secretaria de Educação

“Lamentamos e repudiamos mais uma atitude covarde do senhor secretário de Educação [Marco Brandão]”. Esta é uma das muitas passagens da segunda nota de repúdio da Associação dos Deficientes Visuais do Acre (Adevi), indignada com as atitudes de representantes do governo do Estado, da Secretaria de Estado de Educação e Esporte (SEE) e da coordenadoria de educação especial do Acre.

O conflito teve início quando o governo do Estado decidiu proceder com a mudança das instalações do CAP-AC para o novo prédio no Núcleo Estadual de Tecnologia Assistiva (NETA).

Após publicação de uma primeira nota de repúdio neste mês de abril, o novo texto da Associação revela uma situação que envolveu o representante da Secretaria de Estado de Educação e Esporte (SEE) e a coordenadoria de educação especial do órgão.

De acordo com o texto, na última quinta-feira (26), uma reunião com a comissão da Adevi e do Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual (CAP-AC) iria acontecer na sede da SEE, porém, devido ao atraso de dois minutos de vários membros da comissão, apenas um deles entrou para a reunião, que prosseguiu sem o consentimento dos demais integrantes.

“Após 15 a 20 minutos, a maioria da comissão aguardava ser chamada. Foi então que todos saíram do gabinete, inclusive a assessora da educação especial, que se surpreendeu por encontrar os demais membros aguardando, e informou que o secretário não iria mais atender os demais membros, porque ele tem uma agenda e os mesmos estavam MUITO atrasados (2 minutos – tempo que podia ser relevado pelo desgaste de descer uma cadeira de rodas de um dos integrantes da comissão devido à falta de acessibilidade”, destacou o registro.

Ainda de acordo com a segunda nota de repúdio, a Adevi entrou com uma representação no Ministério Público Federal sobre a falta de diálogo com a SEE no dia seguinte à reunião.

“A novela continua. O secretário [Marco Brandão] agendou um encontro com uma comissão formada por alunos, funcionários e responsáveis pelos alunos. A equipe da secretaria fez uma armação, e por isso mesmo, nós fomos ao Ministério Público Federal para entrar com uma representação”, destacou uma funcionária que pediu para não ter o nome divulgado.

LEIA A NOTA NA ÍNTEGRA:

NOTA DE REPÚDIO II

Em relação a reunião com a comissão da comunidade das pessoas com deficiência visual (servidores, alunos, usuários, pais e cursistas) que frequentam o Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento as Pessoas com Deficiência Visual – CAP-AC, agendada pela coordenação de Educação Especial com o Senhor Secretário de Educação Marco Brandão no dia: 26/04/2018 às 15h30min na SEE para conversarmos sobre a transferência do atual CAP-AC para novo prédio no Núcleo Estadual de Tecnologia Assistiva – NETA.

Lamentamos e repudiamos mais uma atitude COVARDE do Senhor Secretário de Educação, da coordenadora e assessora da Educação Especial do Acre, juntamente com um membro da comissão (servidor do CAP-AC e pessoa com deficiência visual) por articularem um GOLPE contra essa comunidade e impedir que a maioria dos membros da comissão fossem ouvidos.

Pois, mesmo sabendo que tinham outros membros da comissão, se juntou “sozinho”, não se sabe o interesse, com os integrantes do governo no gabinete do secretário para tratar de assuntos que eram de importância a toda uma classe.

Os demais integrantes da comissão estavam ali e aguardavam entrada, pois  haviam se apresentado a secretária as 15h32min e a mesma pediu para aguardar.

Após 4 minutos foi constatado pela maioria da comissão que ainda faltava esse membro, então foi feita uma ligação para ele e o mesmo disse que a reunião já tinha iniciado há muito tempo e que estávamos muito atrasados.

Após se passar de 15 a 20 minutos, a maioria da comissão aguardava ser chamada. Foi então que todos saíram do gabinete, inclusive a assessora da educação especial que se surpreendeu por encontrar os demais membros aguardando e informou que o secretário não iria mais atender os demais membros, porque ele tem uma agenda e os mesmos estavam MUITO atrasados (2 minutos – tempo que podia ser relevado pelo desgaste  de descer uma cadeira de rodas de um dos integrantes da comissão na SEE “sem acessibilidade pela porta da frente”).

O membro da comissão foi questionado porque entrou sem os demais interessados e ele respondeu que estava sentado e o levaram para sala.

O coordenador da Associação dos deficientes visuais estava lá e perguntou se somente esse membro da comissão seria ouvido.

As integrantes da educação especial disseram que o coordenador da ADEVI não poderia participar porque não era integrante da comissão, mas ele questionou respondendo que o mesmo representa a maioria da classe dos intessados nesse assunto e elas nunca quiseram ouvi-los. 

Segundo as mesmas tudo já tinha se resolvido na reunião e iriam comunicar a coordenadora atual do CAP-AC quais seriam os procedimentos, a partir da decisão da reunião.

A partir daí, soubemos que estava tudo decidido por eles em relação a transferência do local de atendimento e as pessoas com deficiência visual não seriam ouvidas. Por isso, no dia 27/04/2018 a ADEVI apoiada pela maioria dos professores do CAP-AC entraram com uma representação no Ministério Público Federal sobre a falta de diálogo com a SEE. Inclusive muitos funcionários se recusaram a irem trabalhar no dia seguinte em forma de protesto à decisão tirana.

Associação dos Deficientes Visuais do Acre – ADEVI, apoiados por vários servidores do CAP-AC

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