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Num só despacho, juíza nega visitas a Lula de Dilma, Gleisi e Suplicy

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(FILES) This file photo taken on August 29, 2015 shows Brazilian former president (2003-2011) Luiz Inacio Lula Da Silva participating in the 12th Congress of the Brazilian Workers Union (CUT) in Belo Horizonte, Brazil, on August 28, 2015. Brazil police search home on March 4, 2016 of ex-president Lula da Silva in corruption probe. / AFP / DOUGLAS MAGNO

Em despacho anexado ao processo no início da tarde desta segunda-feira, a juíza substituta Carolina Lebbos, responsável pela execução da pena Luiz Inácio Lula da Silva (PT), negou todos os 13 pedidos de visita ao ex-presidente que repousavam sobre sua mesa.

Os pedidos rejeitados foram feitos pela ex-presidente Dilma Rousseff, o ativista de direitos humanos argentino Adolfo Pérez Esquivel, o presidente do PT em São Paulo, Luiz Marinho, os deputados federais Paulo Pimenta (PT-RS), André Figueiredo (PDT-CE), Wadih Damous (PT-RJ) e Zeca Dirceu (PT-PR), a senadora e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), o presidenciável Ciro Gomes, do PDT, o ex-ministro e presidente da legenda, Carlos Lupi, o vereador Eduardo Suplicy (PT-SP), os presidentes da União Nacional dos Estudantes (UNE), Marianna Dias de Souza, e da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), Pedro Lucas Gorki Azevedo de Oliveira.

Deve-se assegurar (…) visitas regulares de familiares, os quais devem ter prioridade no contato com o apenado, mantendo-se o convívio familiar em benefício da ressocialização do preso. E o regime ora vigente, aplicado também aos demais presos na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, propicia a observância dessa garantia. O alargamento das possibilidades de visitas a um detento, ante as necessidades logísticas demandadas, poderia prejudicar as medidas necessárias à garantia do direito de visitação dos demais”, escreveu a juíza, no despacho.

“Dito isso, não se vislumbra ilegalidade flagrante na limitação geral. Deve, neste momento, ser observado o regramento vigente, o que inviabiliza o acolhimento dos pedidos de visita deduzidos”, argumentou.

No mesmo despacho, a juíza negou autorização à comissão externa da Câmara que pretende ver Lula nesta terça-feira. “É de competência do Juízo da Execução zelar pela regularidade do cumprimento da pena e do estabelecimento de custódia. Portanto, não possuem cabimento pretensões de realização de diligências sem prévia deliberação deste Juízo”, disse.

“O ato da presidência [da Câmara] que cria a comissão externa em questão ou os ofícios encaminhados a este juízo não apresentam motivação para a realização da diligência. A par desse vício de natureza formal, no âmbito material não se vislumbram motivos a embasar o ato”, a magistrada prosseguiu.

O deputado José Guimarães (PT-CE) disse que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), irá tratar “politica e juridicamente” do imbróglio. “A decisão é injusta e inconstitucional. (…) Amanhã vamos ver quais passos serão dados”, afirmou Guimarães, um dos integrantes da comissão, que está em Curitiba para a reunião da cúpula do PT.

Guimarães disse que, com a decisão, deputados que não estão em Curitiba não devem viajar à cidade amanhã. “A exceção de nós do PT, os outros não virão”, disse o cearense. Algo que o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), não ratificou. “Não posso falar ainda [se haverá ou não uma tentativa de visitar Lula apesar da decisão da juíza]”, informou.

“Eles estão entrando em confronto com o Congresso Nacional”, disse ao Valor o senador Roberto Requião (MDB), que chegou à reunião da executiva nacional do PT minutos antes de ser publicado o despacho da juíza. Referia-se, naquele momento, ao parecer do procurador Januário Paludo, integrante da força-tarefa da Lava-Jato, que se opôs à entrada da comissão externa da Câmara na carceragem da Polícia Federal, onde Lula está preso desde o último dia 7.

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