Criado em 1982 pelo Comitê Internacional da Dança (CID) da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), o Dia Internacional da Dança, celebrado neste domingo (29), representa o amor que envolve a execução desta expressão artística.
A data é simbólica: 29 de abril é a data de nascimento de Jean-Georges Noverre (1722-1810), um mestre do balé francês.
Para destacar a importância da dança como atividade artística e empoderadora, a equipe da ContilNet entrevistou duas pessoas movidas pelo sentimento de querer sempre atingirem a perfeição nos movimentos.
“O CORPO SE MEXE – ISSO QUE IMPORTA”
Aos 29 anos, a jornalista Anne Nascimento já atuou em nove espetáculos de dança da Capital acreana. Iniciada no jazz aos 9 anos de idade, Anne relatou que, a partir deste momento, a atividade entrou em sua vida e ficou de vez.
“Como era criança, comecei a criar responsabilidade por meio da dança. A verdade é que a dança é um modo extremamente útil de se divertir, liberar endorfina e entrar em forma, mas, quando criança, percebe-se que a dança traz responsabilidade: você precisa aprender as posições”, explicou.
Aos 21 anos, iniciou atividades no balé clássico, aprimorando ainda mais o repertório e a disciplina nos palcos. Embora esteja há seis meses “parada”, Anne planeja voltar à prática no próximo mês.
“O que me motiva a voltar é justamente o fato de eu ser uma pessoa melhor quando estou dançando: me torno a Anne que dança, que se movimenta, e que quer dar o máximo de si. É uma sensação quase sobrenatural. Quem ama a dança de fato gosta de tudo. Sei que não tenho o corpo exigido para uma escola de dança, por exemplo. Não sou magra, não é meu biotipo, mas isso não é impedimento nenhum. Não há necessidade de fazer profissionalização em algo que te faz feliz. O corpo se mexe, e é isso que importa”, afirmou a dançarina.
COMPLEMENTO DO CORPO HUMANO
Após um projeto de extensão iniciado aos 19 anos, João Antônio descobriu na dança de salão uma atividade que lhe proporcionou, além de uma profissão, um instrumento para trabalhar questões de autoestima e autoconfiança.
“Após o projeto de extensão, entrei como bolsista na escola de dança Fênix. Após um tempo de ensaios e aperfeiçoamentos, me tornei professor de dança de salão nessa escola”, explicou João, que também é formado em Educação Física pela Universidade Federal do Acre (Ufac).
Foi passando pela transição de aluno para professor que João descobriu o poder da dança como complemento ao conhecimento do corpo humano, melhorando a articulação dele dentro e fora da pista de dança.
“A dança auxilia na autoestima em vários sentidos. Eu mesmo me coloco como exemplo, pois eu era muito sério e tímido. Não conseguia nem falar em público. A dança de salão, por ser uma dinâmica de par, ajuda a saber tocar e conduzir o corpo do outro, você se familiariza com ela dentro e fora do ambiente de dança. Sem contar que diminui o estresse e auxilia tanto na saúde física quanto mental”, enfatizou.