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Sindicato critica lei de beneficiamento da castanha: “O extrativista continua um escravo”

Por ASCOM

Os seringueiros estão revoltados com a proposta de uma lei estadual que proíbe a exportação in natura da castanha do Brasil para outros estados ou países. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Extrativistas e Trabalhadores Assalariados de Rio Branco (Sinpasa), Laerte Soares, criticou a proposta por ela não ser sustentável do ponto de vista social e econômico para os seringueiros.

“Trata-se de uma das principais fontes de renda dos seringueiros e essa lei vem para massacrar os extrativistas”- argumentou. Segundo o dirigente sindical, o elo mais fraco desta cadeia é que mais sofre para colher a castanha tão cobiçada na Europa e EUA e continua vivendo à míngua no meio da floresta. Explica que, caso seja aprovada, será “uma lei perversa que sentencia aos castanheiros continuar sendo escravos, destituídos de qualquer direito de melhoria de vida em pleno século XXI.”

Para sindicato, a proposta não é sustentável do ponto de vista social e econômico para os seringueiros/Foto: reprodução

Laerte Soares afirmou que, todo esse discurso de geração de emprego e renda para os trabalhadores urbanos, é só uma desculpa esfarrapada para proibir os seringueiros de venderem para compradores de outros Estados do Brasil e países vizinhos que pagam preços até quatro vezes maiores do que os ofertados pelos empresários e cooperativas acrianas. Ele acrescentou que a categoria não foi chamada para construir a proposta e agora querem impor uma lei em que o único direito dos seringueiros “é continuar invisível à mingua no interior da floresta, sem direito de ter direitos”.

O dirigente sindical alerta que se faz necessário uma auditoria para saber para onde está indo o dinheiro que, por lei deveria ser dividido proporcionalmente entre todos os cooperados. “A gente só recebe uma mincharia. As sobras em dinheiro não retornam, mas muitos compradores de castanha, os regatões, estão com fazendolas e caminhonetes cabine dupla”- denuncia.

Segundo Soares é até um contrassenso usar o nome dos seringueiros para defender o modelo de desenvolvimento sustentável e, de concreto, tratar a categoria a pão e água, reproduzindo o mesmo modelo de exploração escravista dos seringalistas que existia no Acre e na Amazônia no início da exploração da borracha nativa, no idos do final do século 1.800.

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