Terceirizados são demitidos para que Tião Viana mantenha ‘protegidos’ no governo

Diz o velho adágio popular que a corda arrebenta sempre do lado mais fraco. Em se tratando do governo do Partido dos Trabalhadores, a máxima é tão precisa quanto paradoxal. Com a crise, o descontrole de gastos com cargos de livre nomeação reflete em mais desemprego – e desta vez de humildes funcionários das cooperativas.

A explicação para a adoção dessas medidas está no enorme contingente de apadrinhados políticos do governador Tião Viana. Com despesas superiores a R$ 8,6 milhões mensais, o total de nomeados pela caneta do gestor petista já ultrapassa 2.136 pessoas. E quem paga o pato são os terceirizados, que em sua maioria recebem salário mínimo.

Documento confirma demissão de terceirizados/Foto: reprodução

Sob o discurso da contenção de gastos, o governo resolveu reduzir o horário de expediente de 8h para 6h na administração pública. Trata-se, porém, de uma medida inócua frente às despesas milionárias com empresas amigas e com a manutenção dos ‘afilhados’ políticos do governador.

A reportagem do site teve acesso a um ofício da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), datado de ontem (2), e endereçado à Coopserge (Cooperativa dos Trabalhadores Autônomos em Serviços Gerais em Rio Branco). O documento não apenas confirma a redução da jornada de trabalho em duas horas, como insta a prestadora de serviços a ‘adequar’ sua planilha de custos ao novo expediente. A referida ‘adequação’ determina que a cooperativa corte 25% dos valores cobrados pela mão de obra fornecida ao órgão público.

Documento confirma a redução da jornada de trabalho em duas horas /Foto: reprodução

Em um segundo ofício, este com data desta terça-feira (3), o diretor administrativo e financeiro da Sesp, Aguinaldo Elisiar de Camargo, comunica à Coopserge a dispensa de cinco servidores terceirizados.

Luz vermelha

A medida adotada no setor da segurança pública preocupa representantes de outras cooperativas e tira o sono de fornecedores do governo. Ambos os documentos expedidos pela Sesp revelam que a crise econômica se aprofundou na administração petista. E por razões claras, entre as quais se podem citar a prodigalidade de Tião Viana em nomear aliados políticos e sua extravagância com os gastos supérfluos, a exemplo dos jantares ‘à francesa’, cuja licitação foi vencida, ao preço total de R$ 680 mil, pela empresa AFA Hotéis e Turismo.

A propósito, o requinte dos jantares contratados faz com que, em alguns casos, a boca livre custe até R$ 151 por pessoa – valor equivalente a quase três cestas básicas vendidas nos supermercados da capital.

PUBLICIDADE