Coluna Pimenta no Reino revela por que Jorge Viana correu do debate proposto por Bittar

Amarelou!

A coluna aguardou alguns dias antes de falar sobre o desafio público proposto pelo pré-candidato ao Senado pelo MDB, Marcio Bittar, ao adversário petista Jorge Viana, que por sua vez é postulante à reeleição. Para quem não acompanhou o caso, o emedebista chamou o senador do PT para um debate público. Jorge amarelou.

Fácil dedução

Este colunista já presumia que Jorge se esquivaria da porfia. E por razões sobre as quais falarei mais adiante. Ainda assim, era necessário aguardar pra ver se a previsão se confirmava, certo?

É o forte dele

Na última edição (2017) dos ‘100 cabeças do Congresso’, publicado anualmente pelo Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) – órgão gerido pelos pelegos do sindicalismo da esquerda nacional –, Viana é o único parlamentar do Acre a constar na lista. E – ora veja o leitor! – na categoria ‘debatedor’.

Suspeição

O Diap é um órgão tão suspeito, que destacou, na referida publicação, seis dos 12 deputados do PCdoB, e quatro dos cinco do PSOL. Nem preciso dizer ao leitor que os petistas lideram o ranking dos ‘cabeças’ do Congresso, segundo o júri que elaborou a lista.

Escolha dos internautas

Pois bem, no ano passado o site Congresso em Foco fez uma enquete sobre os melhores senadores da República. Os internautas votaram e o resultado destacou 36 nomes. O cabeça Jorge Viana não aparece na lista, que contabiliza apenas três petistas – contra oito do ranking do Diap.

Voto especializado

Em 2015, o Congresso em Foco já havia escalado 186 jornalistas – todos eles especializados na cobertura do dia a dia do Congresso Nacional – para listar os dez senadores mais influentes do país. Cabe ressaltar que na publicação do Diap daquele ano, Jorge Viana também aparecia entre os ‘cabeças’ do Congresso, junto com – pasme o leitor! – o deputado federal Sibá Machado (PT). Não é mesmo uma piada?

Em baixa

Os 186 jornalistas de 45 veículos de comunicação convocados pelo site destacaram os dez senadores mais importantes no contexto político de então. Jorge não está entre eles – como também não há um só petista na lista.

Elementar

Não há muito o que refletir, portanto, sobre o porquê de Jorge Viana – que costuma se esconder até mesmo quando abordado em aeroporto, alegando estar sedento por um refrigerante – tenha se esquivado de debater com Bittar.

Incongruências

Ocorre que o petista tem consciência de que seria trucidado em um confronto com o adversário do MDB. Isso porque há muitas contradições em sua atuação no Parlamento, como também em sua costumeira verborragia em defesa do povo e de Luiz Inácio.

A coluna prova

Se o leitor, porventura, duvida de tais contradições, esta coluna pode provar o que afirma. Vamos, então, aos fatos.

Mão de ferro

Em novembro de 2017, por exemplo, o parlamentar petista apresentou PEC (Proposta de Emenda à Constituição) em que defendia o cumprimento em regime fechado para autores de crimes hediondos. O leitor está ciente de que já no ano passado, os acreanos não suportavam mais tanta violência, e a segurança pública se tornou o tema central do debate político no estado – a exemplo do que já vinha ocorrendo no resto do país.

Não à reforma

Ocorreu, todavia, que lá atrás, em 2013, quando a criminalidade ainda não tinha mostrado suas garras no Acre, e nós ainda podíamos sair à noite despreocupados, sua excelência, o senador Jorge Viana, votou contra o PLS (Projeto de Lei Suplementar) 236/2012, que propunha a reforma do Código Penal Brasileiro.

Do contra

Dou ainda mais alguns exemplos. Jorge também se opôs, ainda neste ano, à proposta de criação da Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS), a partir da qual seria criado o Sistema Único de Segurança Pública (Susp). Nem preciso dizer que o Susp seria encarregado de planejar e executar ações, em todo o território nacional, de combate ao crime.

Minúcias reveladoras  

Contra a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, o senador do PT foi a favor da PEC 33/2014, que alterou a Constituição Federal no sentido de que a segurança pública se tornasse uma competência comum da União, estados, Distrito Federal e municípios.

Espertalhões

Ora, como pode o senador do PT ajudar a aprovar uma PEC que atribui aos estados, entre outros entes federativos, a responsabilidade sobre a segurança dos seus cidadãos, enquanto o irmão e ele próprio tratam, atualmente, de culpar o governo Temer pelos altíssimos índices de criminalidade no Acre?

Tribunais de Contas

O Sr. Jorge Viana também foi contra a PEC 302/2017, que trata da proibição de se extinguirem os Tribunais de Contas tanto nos estados quanto nos municípios – já que em alguns destes o órgão de controle foi criado antes da Constituição Federal de 1988, que coibiu a instituição de novos tribunais, mas garantiu o funcionamento dos já existentes.

Eu não me canso!

E se todos esses exemplos ainda não convenceram o leitor, darei mais um. Jorge, irmão do governador Tião Viana, e antecessor do também petista Binho Marques, se opôs, em votação ocorrida em agosto de 2016, ao PLS 389/2015, que propunha vedar o aumento das despesas com pessoal no último ano do mandato dos nossos governantes, assim como também proibia que os custos decorrentes dessa prática fossem passados ao sucessor.

Exército de cabos-eleitorais

A única explicação para o posicionamento do senador do PT é que ele e sua turma costumam inchar a máquina pública às vésperas das eleições para que as ruas fiquem vermelhas de tantas bandeiras do partido, e eles aumentem as chances de se manter no poder.

Moral da história

Por todas essas razões, e por outras que deixarei de mencionar para não tornar a coluna enfadonha, é que o senador do PT não quer debater com Marcio Bittar. E isso nem seria preciso, caso o eleitor acreano tivesse o cuidado de confrontar o que Jorge Viana diz com aquilo que ele faz.

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