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Homens que filmavam reunião do PT na Habitasa são acusados de fazer ameaças após discussão

Por ARCHIBALDO ANTUNES, DA CONTILNET

Dirigentes do Partido dos Trabalhadores no Acre registraram boletim de ocorrência contra três homens que na noite de ontem (9), fizeram ameaças contra filiados da sigla que participavam de uma reunião na sede da Habitasa.

Segundo relato dos presentes ao encontro, ao decidirem que a reunião deveria ser realizada no espaço destinado ao estacionamento dos veículos, contíguo à sede do partido, três homens que estavam no interior de uma caminhonete, do outro lado da rua, se puseram a filmá-los.

Veículo em que estavam os três ‘olheiros’ já foi identificado pela polícia:/Foto: cedida

Questionados sobre o objetivo do registro em vídeo, um dos petistas ouviu que “filmar não é crime; crime é matar”.

Fotografados pelos presentes à reunião, o trio desceu do veículo e se pôs a ameaçá-los. Segundo os dirigentes do PT, os três homens poderiam estar armados, uma vez que durante a discussão que se iniciou entre os dois grupos, eles mantinham a mão sob a camisa, à altura da cintura.

De acordo com presidente do Diretório Municipal do PT de Rio Branco, Marcos Inacio Fernandes, os três homens já foram identificados pela polícia. Fernandes negou que tenha havido qualquer alusão a assuntos políticos que pudessem ter gerado o entrevero.

Em nota enviada à imprensa, assinada por André Kamai, presidente Regional do partido e também por Marcos Inacio Fernandes, afirma-se que está em curso no país “o notório recrudescimento do conservadorismo atual [que] tem transformado esta criminalização em ação direta de restrição ao direito de manifestação”.

Leia seguir a íntegra da mensagem distribuída pela direção do PT.

NOTA DE REPÚDIO

O Diretório Regional do Partido dos Trabalhadores do Acre vem a público denunciar a ação ocorrida na noite de ontem, 09, na sede do PT, quando a mesma foi invadida por três homens supostamente armados, no momento em que um grupo de militantes se reunia para debater assuntos atinentes à vida partidária.

Manifestações políticas têm sido criminalizadas de forma crescente no Brasil nos últimos anos, e o notório recrudescimento do conservadorismo atual tem transformado esta criminalização em ação direta de restrição ao direito de manifestação. A violência contra movimentos sociais, trabalhadores e sobretudo os mais pobres vem se acentuando no país, e agora o Acre também passa a ser palco da intolerância de quem não respeita a pluralidade de identidades e opiniões.

Temos a certeza de que as polícias farão seus papéis e esclarecerão os motivos que promoveram esse episódio.

Contra os ataques violentos que temos recebido, não apenas no Acre, mas também pelo Brasil, como o assassinato de Marielle e Anderson, o ataque a tiros ao acampamento Marisa Letícia, em Curitiba, ou o ocorrido contra a caravana de Lula, responderemos com resistência, mas sempre dentro da lei e do que as estruturas estatais democraticamente ofertam a todos os cidadãos.

Desconfiamos que esse fato não se trata de mera bisbilhotice ou arroubo juvenil, mas truculência dos fascistas que não nos intimidará.

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